INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

"Correção repentina": mercado trilionário de tecnologia está prestes a colapsar, diz Banco da Inglaterra

Comitê do Banco da Inglaterra afirma que o hype da IA pode gerar uma correção repentina nas bolsas

Créditos: MAURICIO LIMA / AFP
Escrito en ECONOMIA el

O Banco da Inglaterra acendeu o sinal de alerta. Segundo um novo relatório, os mercados globais podem estar à beira de uma “correção repentina”, impulsionada pelo entusiasmo exagerado com as empresas de inteligência artificial. Para o comitê de política financeira da instituição, o ritmo de valorização dessas companhias está muito acima do razoável — e o tombo pode ser grande se o otimismo começar a esfriar.

Nos últimos meses, empresas como a OpenAI e a Anthropic viram seu valor de mercado disparar. A primeira já está avaliada em cerca de US$ 500 bilhões, mais que o triplo do registrado no ano passado. A segunda quase triplicou seu valor desde março, chegando a US$ 170 bilhões.

O Banco da Inglaterra teme que esse movimento não reflita ganhos reais de produtividade, mas sim uma corrida especulativa movida por expectativas infladas.

Um mercado movido a hype

O comitê alerta que muitos investidores parecem ignorar os riscos e tratam a IA como uma aposta infalível. O problema é que, caso a confiança desapareça, o impacto pode ser global. Uma eventual queda nas ações de tecnologia afetaria o crédito e a liquidez de empresas e famílias, principalmente em economias abertas como a do Reino Unido.

Há também gargalos estruturais que podem frustrar as promessas de crescimento da IA: altos custos de energia, escassez de dados e limitações na cadeia de suprimentos. Esses fatores podem reduzir os lucros esperados e gerar uma reavaliação negativa das gigantes do setor.

Para agravar o cenário, uma pesquisa do MIT mostrou que 95% das empresas que investiram em IA generativa ainda não viram retorno financeiro. O dado reforça a ideia de que boa parte do boom atual pode estar baseada mais em expectativas do que em resultados concretos.

O Banco da Inglaterra ainda chamou atenção para o risco político. As críticas de Donald Trump ao Federal Reserve e as tentativas de minar a autonomia do banco central americano, segundo o relatório, podem abalar a confiança dos investidores e provocar uma reprecificação dos ativos em dólar.

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