SAFRA DO LULA

Preço dos alimentos: safra recorde pode aliviar orçamento das famílias

Esimativa da Conab prevê aumento de oferta de soja, milho, arroz e feijão

Créditos: Ricardo Stuckert/PR
Escrito en ECONOMIA el

A estimativa de uma safra recorde de grãos para a temporada 2024/25 deve trazer impactos positivos para o bolso do consumidor brasileiro. Segundo o 7º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total está estimada em 330,3 milhões de toneladas – volume que, se confirmado, representará o maior da série histórica da estatal e um crescimento de 32,6 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior.

O avanço da colheita das culturas de primeira safra, aliado a condições climáticas favoráveis, projeta um aumento significativo na oferta de alimentos essenciais como soja, milho, arroz e feijão. Esse aumento na disponibilidade tende a aliviar a pressão sobre os preços, especialmente em um contexto em que o consumo interno também cresce.

A soja, principal cultura do país, deve alcançar 167,9 milhões de toneladas, com destaque para a alta produtividade registrada no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso e Goiás. Essa recuperação deve impactar o preço de derivados, como óleo e farelo, utilizados na indústria alimentícia e na ração animal.

No caso do milho, com estimativa de 124,7 milhões de toneladas, o aumento da oferta pode contribuir para a estabilidade dos preços da proteína animal, já que o cereal é base na alimentação de aves, suínos e bovinos confinados. A expectativa é de que mesmo com maior consumo interno — estimado em 87 milhões de toneladas — o mercado mantenha estoques confortáveis, o que também ajuda a conter oscilações de preço.

A produção de arroz deve atingir 12,1 milhões de toneladas, avanço de 14,7% frente à safra anterior. Como o cereal é um dos pilares da alimentação do brasileiro, o crescimento pode contribuir diretamente para frear aumentos recentes nos preços observados nas gôndolas.

A Conab também estima recuperação na produtividade do feijão, com previsão de 3,3 milhões de toneladas colhidas nas três safras do ciclo 2024/25, o que pode ajudar a reduzir a volatilidade histórica do preço do grão.

Já o algodão, embora não impacte diretamente o preço dos alimentos, teve seu consumo interno e estoques ajustados para cima, o que pode beneficiar a cadeia produtiva têxtil e as exportações.

Especialistas avaliam que a ampliação da oferta, aliada à estabilidade climática nas principais regiões produtoras, reforça um cenário de alívio na inflação de alimentos nos próximos meses. Ainda assim, os efeitos sobre os preços ao consumidor dependem também de fatores logísticos, da política de estoques reguladores e da variação cambial.

Com a colheita avançando e a segunda safra em desenvolvimento, a perspectiva é de que o abastecimento permaneça regular, favorecendo a estabilidade nos preços e trazendo fôlego ao orçamento das famílias.

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