O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marca presença nas eleições municipais de 2024 com uma ação inédita: pela primeira vez em sua história, se organiza em âmbito nacional para disputar vagas em prefeituras e câmaras municipais. Com um total de 600 candidaturas, incluindo aliados da Reforma Agrária, o movimento está presente em 367 municípios de 22 estados brasileiros, com 73 dessas candidaturas voltadas para os cargos de prefeito e vice-prefeito.
As candidaturas, alinhadas com os princípios do MST, apresentam propostas focadas na democratização do acesso à terra, incentivo à produção agroecológica de alimentos saudáveis e no combate à fome. Além disso, defendem a sustentabilidade, cuidados com o meio ambiente e o fortalecimento de políticas públicas em áreas como educação, saúde, cultura e diversidade.
Interior em destaque nas candidaturas
A maior parte dos candidatos Sem Terra concentra-se em pequenas cidades do interior. Dos 367 municípios com candidaturas, 269 possuem menos de 50 mil habitantes, enquanto 95 cidades têm populações entre 100 mil e 500 mil pessoas. Apenas três grandes cidades com mais de 500 mil habitantes participam desse cenário.
Em termos regionais, 58% das candidaturas estão no Nordeste, 19% no Sudeste, 15% no Sul, 5% no Norte e 3% no Centro-Oeste. Esses números refletem o compromisso do movimento com áreas historicamente afetadas pela desigualdade e falta de acesso à terra e a recursos.
Desafios de gênero e diversidade
A representatividade de gênero também é uma preocupação do MST, com 38% das candidaturas formadas por mulheres e 62% por homens. Esses percentuais coincidem com o levantamento feito pela OXFAM Brasil sobre a participação política nas eleições de 2018, indicando que a equidade de gênero na política ainda é um desafio a ser enfrentado, tanto em níveis regionais quanto nacionais.
A diversidade étnico-racial entre os candidatos do MST também é significativa: 375 candidatos se identificam como pretos e pardos, 211 como brancos, e há 14 indígenas na disputa. No que se refere à comunidade LGBTQIA+, 28 candidaturas estão registradas, das quais sete são de pessoas transgênero.
Apoio às políticas públicas federais
Uma das prioridades das candidaturas Sem Terra é alinhar as políticas públicas municipais às diretrizes nacionais, especialmente no combate à fome e na geração de emprego e renda. Para Luana Carvalho, integrante da coordenação nacional do MST, a conexão entre as esferas federal e municipal é crucial. “O governo Lula vem fazendo um imenso trabalho em todo o nosso território nacional. E a gente entende que o compromisso maior de nossas candidaturas, caso sejam eleitas, é atuar junto com o governo federal, trazer políticas públicas que combatam a fome, gerem emprego, renda e melhorem a vida da classe trabalhadora”, afirma.
Para mais informações sobre as candidaturas Sem Terra e seus aliados, o MST disponibilizou uma página especial em seu site, onde é possível acompanhar os candidatos e suas propostas. Clique aqui para acessar.