Esquiva Falcão responde secretário de redação da Folha sobre crítica às lutas nos jogos

O jornalista Roberto Dias pergunta se “faz sentido continuar distribuindo medalha para uma pessoa agredir a outra?”

Foto: Divulgação COI
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Esquiva Falcão, primeiro pugilista brasileiro a conquistar medalha de prata em uma olimpíada, nos Jogos de Londres 2012, respondeu indignado em sua conta do Twitter, neste sábado (31), a artigo do secretário de redação da Folha, Roberto Dias. Nele, o jornalista pergunta se “faz sentido continuar distribuindo medalha para uma pessoa agredir a outra?”, se referindo às lutas nos jogos.

Esquiva escreveu: “Isso é sério?? Esse cara não sabe a diferença de briga para um esporte. Faz mais sentido do que você receber algum pagamento pra escrever ESSA M3RD@, né?”

https://twitter.com/esquivafalcao/status/1421654014697959426

Em seu artigo, Dias lembra a Carta Olímpica, que diz “em seu primeiro princípio fundamental, que ‘o Movimento Olímpico procura criar um modo de vida baseado...no valor educacional do bom exemplo’. É curioso que continue sendo tratada como absolutamente normal a distribuição de medalhas olímpicas para pessoas agredirem outras pessoas”.

Ele compara ainda o boxe com as brigas de galo e as touradas: “Leis humanas proibiram há décadas as brigas de galo e, nos últimos anos, as touradas. A legislação que se aplicaria a agressões entre humanos na rua é suspensa no ringue porque as pessoas que estão ali concordaram em se agredir. Tudo isso em nome do interesse de muita gente em ver duas pessoas se socando --não custa lembrar que o atleta mais bem pago do mundo atualmente é um boxeador e lutador de MMA, o irlandês Conor McGregor”.

“O boxe chegou a ficar sob risco no programa olímpico, mas não pelos motivos médicos e sim problemas de cartolagem. Chegará o momento de ser questionado seriamente pelos motivos certos”, encerra.