Djokovic, negacionista número 1 do tênis, segue detido na Austrália por não se vacinar

Atleta embarcou com destino ao outro lado do mundo para disputar o Australian Open, sem ter tomado imunizantes e requerendo permissão especial de entrada no país. Autoridades o mantém numa sala há 10 horas

O tenista sérvio Novak Djokovic (firstsportz.com/Reprodução)
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O tenista número 1 do mundo, o sérvio Novak Djokovic, está há 10 horas detido numa sala do serviço de imigração da Austrália, no aeroporto de Melbourne, após embarcar para a nação da Oceania para disputar o Australian Open sem ter recebido as vacinas contra a Covid-19. Ele teria conseguido uma autorização especial para entrar no país sem apresentar comprovantes de imunização, mas o escândalo do caso aparentemente fez as autoridades australianas voltarem atrás. O atleta é um conhecido e inveterado negacionista, abertamente contrário aos imunizantes que previnem formas graves da doença provocada pelo Sars-Cov-2.

Pelas leis da Austrália, todos os viajantes que chegam ao país, inclusive os jogadores do importante torneio de tênis, assim como suas equipes e outros participantes do campeonato, devem apresentar o comprovante de vacinação para serem liberados no aeroporto. Os que puderam comprovar algum impedimento de saúde que justifique o não recebimento das doses precisarão ser avaliados por uma junta médica independente. Djokovic conseguiu assim a sua permissão, mas o episódio tornou-se um fuzuê nacional e ele acabou sendo barrado pelos agentes.

O pai do tenista, Srdijan Djokovic, disse que o filho é mantido em isolamento numa pequena sala, sob a supervisão de dois policiais, incomunicável. Ele defende a posição do número um do mundo, que se nega a receber vacinas, e disse acreditar que o esportista “está em cativeiro" e que "se não o libertarem na próxima meia hora, vamos lutar contra eles na rua".

Cobrado pela população, o governo australiano foi obrigado a se pronunciar nas redes sociais explicando a tal autorização excepcional concedida ao tenista, que ainda assim não valeu para sua liberação. O tom do texto deixa transparecer a saia justa em que a gestão do primeiro-ministro Scott Morrison se meteu ao ceder às pressões antivacina de Djokovic, num país que tem um dos conjuntos de regras para imunização mais rígidos do mundo.

"Não forneceremos a Novak Djokovic apoio individual na solicitação de visto para participar do grand slam do Australian Open de 2022. Sempre fomos claros em dois pontos: a aprovação de visto é uma questão do governo federal e as isenções médicas são uma questão para médicos", diz o post, tentando se esquivar da responsabilidade pela regalia que deixou a população local furiosa.

Até o fechamento desta matéria, às 18h45 desta quarta-feira (5), horário de Brasília, o tenista número um do ranking mundial seguia autuado pela imigração australiana, sem autorização definitiva para ingressar e disputar o torneio.