GABIGOL

Caso Gabigol: laudo confirma o óbvio e comprova que jogador foi vitima de racismo

A diretoria do Fluminense tentou atenuar o fato ao considerar em nota que o áudio era “inconclusivo”

Gabigol alvo de racismo.Créditos: Reprodução de Vídeo
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Dez dias após ser alvo de racismo durante o jogo contra o Fluminense, no dia 6 de fevereiro, no estádio Nilton Santos, uma perícia constatou que um torcedor chamou o jogador do Flamengo Gabigol de “macaco”. O laudo pedido pelo time rubro-negro confirmou que o vídeo compartilhado nas redes é autêntico.

O laudo foi enviado ao Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ). Um inquérito foi aberto e Gabigol prestará depoimento sobre o caso na próxima sexta-feira (18), de maneira virtual, pois vai estar em Cuiabá em uma partida do time.

No documento de análise o perito atesta que uma voz masculina gritou “caco… macaco! vai tomar no seu rabo”.

Duas vezes

O especialista ainda grafa no laudo em qual segundo da gravação cada palavra foi dita e afirma que a ofensa foi feita ao menos duas vezes. “Observe-se que a ofensa ‘macaco’ deve ter sido gritada mais de uma vez, visto que a gravação já se inicia com um fragmento da palavra ‘macaco’, mais especificamente as duas últimas sílabas (ou seja ‘caco’). Logo depois a palavra inteira é novamente proferida”, define o perito.

Áudio inconclusivo

A diretoria do Fluminense tentou atenuar o caso ao considerar em nota o áudio “inconclusivo”. “Neste momento, juridicamente, o Fluminense não tem comprovação de que a frase dita no meio daquele tumulto foi exatamente aquela que as pessoas acham que foi dita e, se ela foi dita, nós repudiamos integralmente”, diz trecho da nota.

O laudo vem para demonstrar o óbvio: Gabigol foi sim vítima de racismo. Ouça o áudio "inconclusivo" abaixo:

Gabigol não comentou a divulgação do laudo. Após a partida em que ocorreu a injúria racial, ele foi questionado por jornalistas se ele teve a “impressão de ter sido alvo de racismo”. Em tom sarcástico ele respondeu: “impressão?”. Mais tarde, ele usou as redes sociais para comentar o caso. Veja abaixo:

Com informações do Correio Braziliense