A jovem espanhola de 23 anos que acusa o jogador Daniel Alves de tê-la estuprado em uma boate em Barcelona em 30 de dezembro anunciou durante depoimento à Justiça na última sexta-feira (20) que renunciou ao direito de pedir uma indenização em dinheiro como forma de compensação pela agressão. Ela quer ver o ex-jogador da seleção brasileira preso.
Durante o depoimento da vítima, a juíza ressaltou que, em caso de condenação nesse tipo de crime, ela pode ser indenizada financeiramente. Mas a jovem disse que não quer dinheiro. Apesar de todo o processo ser mantido em sigilo, a informação foi publicada pelo jornal El País neste domingo.
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Daniel Alves está com prisão preventiva decretada, sem direito a fiança. Ele está no centro penitenciário de Brians 1, na periferia noroeste de Barcelona. A juíza do caso acredita que ele pode fugir do país se for solto.
Com 43 títulos conquistados, Daniel Alves é o jogador com mais títulos oficiais na história do futebol. Mais da metade dos títulos foram conquistados pelo Barcelona, e o primeiro de sua carreira foi a Copa do Nordeste de 2002 pelo Bahia. Até sexta-feira, ele era contratado do Pumas, do México. Não é mais. O clube anunciou na noite de sexta a rescisão do contrato por justa causa.
Contradições
O depoimento de Daniel Alves na Justiça comprometeu ainda mais o jogador. Segundo reportagem do El País, ele teria apresentado três versões diferentes e contraditórias do ocorrido em apenas 45 minutos de depoimento. As duas mais flagrantes: inicialmente, negou tudo, disse não ter se envolvido com a vítima; em seguida, reconheceu ter mantido relações secuais, mas que teriam sido consensuais.
Neste sábado, a própria defesa de Alves admitiu que o jogador mudou sua versão.
Em contrapartida, o depoimento da jovem foi considerado contundente e sem contradições com o que ela havia dito no dia 2 de janeiro, ao fazer a denúncia em uma delegacia.
O que aconteceu na Boate Sutton
As imagens das câmeras da boate Sutton do dia 30 de dezembro mostram a jovem e Daniel entrando no banheiro em momentos separados. Ela permaneceu 14 minutos no banheiro, enquanto ele ficou por 16 minutos.
Quando ela saiu do banheiro, procurou as duas amigas que estavam no local. Um dos seguranças da boate viu uma integrante do grupo chorando e perguntou o que havia acontecido. Ao ouvir o relato, a equipe da casa noturna acionou a polícia - Daniel Alves já havia deixado o local.
A denunciante saiu dali direto para o Hospital Clínic para fazer exames médicos. De acordo com jornais espanhóis, estes exames detectaram a presença de sêmen em seu vestido. No dia 2 de janeiro, ela decidiu prestar queixa contra o lateral na delegacia.
A vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador "levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada". Por volta das 4h30 da madrugada, ele pediu a ela para segui-lo até uma porta. Assim que entraram, ela se deu conta que estava num banheiro. Ali teria ocorrido a agressão.
Sempre de acordo com o depoimento da denunciante, ela teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida pelo jogador. Ela contou à Justiça que Daniel Alves a penetrou de maneira violenta até ejacular e a obrigou a fazer sexo oral.