INVESTIGAÇÃO

MP se manifesta sobre homofobia e racismo do bolsonarista Nelson Piquet contra Lewis Hamilton

O ex-piloto é alvo de ação civil pública apresentada por entidades e organizações sociais, que pediram indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos

Bolsonaro e Piquet.Créditos: Anderson Riedel/PR
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Acusado de racismo e homofobia, o bolsonarista Nelson Piquet teve sua condenação pedida à Justiça pelo Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF). O ex-piloto atacou Lewis Hamilton, durante entrevista, ao se referir ao britânico, em vários momentos, como “neguinho”.

Além disso, o apoiador de Jair Bolsonaro (PL) insinuou uma suposta homossexualidade de Hamilton usada para alcançar o sucesso.

Piquet é alvo de ação civil pública apresentada por entidades e organizações sociais, como Educafro e Aliança Nacional LGBTI+, que pediram indenização de R$ 10 milhões como reparação por danos morais coletivos.

“Durante a malfadada entrevista, em que o réu comenta acidente ocorrido no Grande Prêmio de Silverstone, na Inglaterra, em julho de 2021, ele refere-se múltiplas vezes a Lewis Hamilton com menosprezo, sem sequer citar o nome do piloto inglês, referindo-se a ele apenas como ‘neguinho’, e incorrendo também em homofobia, afirmando que ‘O neguinho devia estar dando mais c* naquela época’”, diz um dos trechos da ação, de acordo com a coluna de Ancelmo Gois, em O Globo.

O MP-DF afirma que ficaram “configuradas, no caso em comento, violações aos direitos da vítima e da população negra e LGBTQIA+, considerando tanto o plano das normativas internacionais quanto nacionais”.

Decisão ratifica pleito de entidades e organizações sociais

A promotora responsável pelo caso destaca, ainda, que a atitude de Piquet “traduz claramente a sua concepção do profissional de cor negra, incapaz de ser bem-sucedido em razão de sua competência, fazendo-se necessária a utilização de outros meios, tais como a subjugação, a humilhação e a inferiorização diante de pessoas brancas que seguem os padrões heteronormativos”.

A ação está em andamento desde 2022 e aguarda decisão da 20ª Vara Cível de Brasília.