“Eles diziam que futebol era para homens grandes e fortes, e que mulheres não deveriam jogar”, disse Pia Sundhage, técnica da seleção brasileira feminina em um documentário da Fifa. Ela precisou se disfarçar de garoto para conseguir jogar futebol.
A jornada da técnica não foi fácil. Ela nasceu em 1960, quando o futebol feminino ainda não era amplamente aceito. No Brasil, por exemplo, existiu uma lei que proibiu o futebol feminino de 1941 a 1979.
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A sueca é hoje a segunda mulher e primeira estrangeira a comandar a seleção feminina de futebol do Brasil, mas sua trajetória não começa aí. Como jogadora, ela foi uma das principais artilheiras da Suécia e ajudou sua equipe a conquistar o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1991. Como treinadora, levou os Estados Unidos a duas medalhas de ouro olímpicas e à Suécia, uma medalha de prata.
Quando era criança, Pia Sundhage preferia jogar bola com os pés, como os meninos, em vez de brincar com as mãos, como as outras meninas. Ela teve a sorte de ter pais que a apoiaram em sua escolha e um treinador que secretamente a incluiu em um time masculino.
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“Eu realmente achava que era a única garota no mundo que gostava de jogar futebol. Eu sonhava em me tornar uma jogadora profissional, mesmo que o futebol feminino ainda não existisse”
“Eu realmente achava que era a única garota no mundo que gostava de jogar futebol. Eu sonhava em me tornar uma jogadora profissional, mesmo que o futebol feminino ainda não existisse”, diz. Pia Sundhage conseguiu participar de times juvenis masculinos graças a um treinador chamado Kent Olof. Ele perguntou se ela queria jogar futebol de verdade, com árbitros, traves e redes, e ela disse que sim.
“Então, vamos enganá-los um pouco. Em vez de Pia, vou te chamar de Pelle", disse ele. "Então, eu fui chamada de Pelle por dois anos e joguei no time masculino do Marbäcks IF. Fiquei muito feliz”, conta a técnica. Pelé havia levado o Brasil ao primeiro título mundial durante a Copa do Mundo na Suécia, em 1958. O brasileiro era um de seus jogadores favoritos e uma inspiração no esporte.
O primeiro torneio feminino de futebol na Suécia aconteceu em 1973 e, dois anos depois, aos 15 anos, ela participou de sua primeira partida oficial pela seleção sueca, depois se aposentou como jogadora em 1996, após uma partida contra a Dinamarca nas Olimpíadas de Atlanta. Em 2000, ela foi eleita pela FIFA como a 10ª melhor jogadora do século 20.
*Com informações da Revista Superinteressante