Um estudo inédito da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizado em 2024, divulgado este ano, revela que o cultivo do Café Robusta Amazônico na região das Matas de Rondônia não apenas é sustentável, mas também possui um balanço de carbono altamente positivo.
A pesquisa demonstrou que os cafezais familiares da região sequestram, em média, 2,3 vezes mais carbono do que emitem durante todo o ciclo produtivo, o que representa a remoção líquida de aproximadamente quatro toneladas de CO2 equivalente por hectare anualmente.
Uma combinação de fatores parece ser a chave para chegar neste resultado, segundo os pesquisadores, como manejo manual (que entre outras coisas reduz significativamente as emissões de GEE relacionadas ao uso de combustíveis fósseis em máquinas) e uso de fertilizantes orgânicos e biológicos (como bactérias fixadoras de nitrogênio), por exemplo.
Para o pesquisador da Embrapa Enrique Anastácio Alves, práticas sustentáveis trazem benefícios para todos os setores. “Cobertura verde, manejo adequado e sistemas arborizados ajudam a criar um microclima positivo, reduzem o estresse das plantas, conservam água, aumentam a matéria orgânica e favorecem a ciclagem de nutrientes", explica.
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Impactos positivos para o Brasil
Os resultados do estudo são considerados um marco e comprovam que o café brasileiro pode ser parte da solução climática global. Se contar que abre caminho para que os produtores busquem créditos de carbono e cumpram as exigências ambientais de mercados internacionais, como a Lei Europeia Antidesmatamento.
O projeto e os resultados estão sendo divulgados como um exemplo de cultura regenerativa, com planos de serem apresentados em eventos internacionais, como a COP30, em Belém.