Brasil liderou EUA na Venezuela, afirma chanceler de Jair Bolsonaro

No entanto, um trecho de livro publicado pelo ex-diretor do FBI, Andrew MacCabe, mostra que Trump já pensava em interferir na Venezuela pelo menos desde de julho de 2017.

O chanceler Ernesto Araújo e Jair Bolsonaro - Agência Brasil
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Em texto postado em seu blog pessoal, o Metapolítica 17, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que foi o Brasil que liderou os Estados Unidos, e não o contrário, nos esforços para derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro em favor do líder da oposição Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela. "Segundo me confidenciou pessoalmente uma liderança democrática venezuelana, foram as iniciativas do Brasil que mudaram o jogo e mobilizaram os Estados Unidos. Não foi o Brasil que seguiu os EUA, mas antes o contrário. Quem não acreditar, pergunte aos venezuelanos que lutam por sua pátria. Perguntem a eles o que acham da política externa de Bolsonaro", escreveu ele, sem especificar quem foi a "liderança democrática". No entanto, um trecho de livro publicado pelo ex-diretor do FBI, Andrew MacCabe, mostra que Trump já pensava em interferir na Venezuela pelo menos desde de julho de 2017. No livre, MacCabe informa que em uma reunião com funcionários da Inteligência Trump teria questionado por que os EUA não estavam em guerra com o país, observando que "eles têm todo esse petróleo e estão na nossa porta dos fundos". O chanceler também criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Eu abracei Juan Guaidó, esse líder destemido que, sob risco de vida, corporifica o sonho de uma nova Venezuela, vi os índios pemones que viajaram até Brasília e saudaram Guaidó em frente ao Itamaraty - tudo isso enquanto Rubens Ricupero e Fernando Henrique Cardoso escreviam seus artigos espezinhando aquilo que não conhecem, defendendo suas tradições inúteis de retórica vazia e desídia cúmplice", afirmou. O blog de Ernesto Araújo começou a causar polêmica desde antes de ele assumir o posto de chanceler de Bolsonaro. Pouco após a indicação, a imprensa repercutiu os textos nos quais ele defendia que Donald Trump era a salvação  do Ocidente e dizia que as escolas entregam livros de sexo para crianças. Na descrição do blog, Araújo afirma que o espaço contém opiniões pessoais e não do órgão público ao qual é vinculado - e no qual, agora, ocupa o posto de ministro. O chanceler havia se afastado do blog mas, recentemente, voltou a ele para defender o pai quando foi divulgado que este dificultou a extradição de um nazista quando ocupava o cargo de procurador-geral.