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O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou na tarde desta quinta-feira (3) estado de exceção depois de manifestantes tomarem as ruas do país latino-americano contra as reformas econômicas e trabalhistas anunciadas pelo mandatário em acordo com o FMI, o chamado "Paquetazo", que inclui o aumento do preço do combustível e a redução das férias. Com o decreto, Moreno pode colocar a Força Nacional para reprimir manifestações, censurar a imprensa e fechar portos e fronteiras.
"As decisões tomadas são firmes! Decretei o Estado de Exceção para proteger a ordem, a segurança do cidadão e para controlar aqueles que pretendem causar o caos. Não aceitaremos chantagens e agiremos de acordo com a lei", declarou o presidente que rompeu com a esquerda equatoriana após ser eleito.
A bancada do partido Revolução Cidadã (RC), ligada ao ex-presidente Rafael Correa, que foi traído por Moreno, emitiu uma dura nota considerando que a decisão do presidente criminaliza movimentos sociais e é antidemocrática. O RC - que evita de chamar o presidente pelo primeiro nome, Lenín - exigiu a convocação de uma sessão extraordinária para debater sobre os planos econômicos de Moreno.
"Responsabilizamos o Governo Nacional pelos atos repressivos que vulneram a integridade dos cidadãos que exercem seu legítimo direito a manifestar-se contra essas medidas econômicas", diz ainda a nota do RC.
Nesta quinta-feira, o Equador foi sacudido por fortes protestos mobilizados por uma paralisação nacional. Manifestantes não recuaram diante da repressão policial, romperam barricadas e se aproximaram da sede do Palácio de Governo, em Quito. Muitos jornalistas foram agredidos pelos policiais.
Confira vídeos das manifestações:
https://twitter.com/kolectiVOZ/status/1179817048957956106
https://twitter.com/wambraEc/status/1179795910294999040
https://twitter.com/pichinchauniver/status/1179775672450981888
https://twitter.com/Lenin/status/1179828099275460615
https://twitter.com/BancadaRC/status/1179835618559442944