Chanceler da Venezuela rebate críticas de Ernesto Araújo contra a OMS

Jorge Arreaza considera que as palavras do chanceler brasileiro contra a entidade internacional representam uma forma de politizar os esforços da agência para combater a pandemia

Jorge Arreaza, ministro das Relações Exteriores da Venezuela (Foto: Flickr / Chancelaria venezuelana)
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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, criticou nesta segunda-feira (18) a posição de seu colega brasileiro, Ernesto Araújo, que atacou a forma como a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem atuado a respeito da pandemia do coronavírus.

O chanceler brasileiro, mais uma vez, mostrou que segue fielmente a postura estabelecida pelos Estados Unidos, e escreveu um artigo no qual avisa que “O vírus da Comuna chegou”. No texto, Araújo diz que a OMS quer “construir a solidariedade comunista planetária”, e fala da suposta aplicação de um “plano centralizado de poder”.

“Sob o pretexto da pandemia, o novo comunismo tenta construir um mundo sem nações, sem liberdade, sem espírito, liderado por uma agência central de `solidariedade´, encarregada de monitorar e punir”, divagou Araújo.

Em resposta, o venezuelano Arreaza disse considerar as palavras do colega como uma “politização dos esforços do órgão encarregado de coordenar ações para mitigar os efeitos da pandemia no mundo”.

“Escrevi essas reflexões depois de ler um artigo destemperado e pouco rigoroso do chanceler brasileiro, no qual ele ataca a OMS. Vamos fazer o debate de ideias, mas a partir da verdade. O multilateralismo é hoje o escudo dos povos”, argumentou o chefe da diplomacia da Venezuela.