Conta do FBI no Twitter publica cópia dos “Protocolos dos Sábios de Sião”

Trata-se de um famoso texto apócrifo antissemita que descreve uma suposta conspiração judia para dominação do mundo, e que foi usado para justificar a perseguição dos judeus. Sua publicação tem causado polêmica e assunto foi parar nos Trending Topics

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A conta oficial FBI Records Vault no Twitter, ligada ao serviço de inteligência estadunidense, publicou nesta quarta-feira (19) uma cópia dos chamados “Protocolos dos Sábios de Sião”, um famoso texto apócrifo antissemita que descreve uma suposta conspiração judia para dominação do mundo, e que foi usado em diversos momentos da história para justificar a perseguição dos judeus.

A postagem vem causando enorme polêmica nos Estados Unidos e no mundo, se tornando trending topic na rede social, mesmo carecendo de comentários adicionais: traz apenas o título “Protocolo dos Sábios de Sião” e um arquivo contendo o texto na íntegra, em inglês”, mas foi interpretada como uma apologia ao documento.

A Liga Anti-Difamação, entidade de judeus estadunidenses que combate o antissemitismo, publicou uma nota dizendo que “o texto é um clássico da literatura paranóica e racista, e é lamentável que seja exibido por uma entidade governamental desta forma, ainda mais se tratando de um serviço de inteligência”.

Os Protocolos dos Sábios de Sião jamais tiveram sua veracidade comprovada, mas foram usados através dos tempos para justificar atrocidades contra judeus, tanto durante o período da Rússia czarista (acredita-se que eles foram escritos nesse período, no Século XIX, para justificar a perseguição à comunidade judia naquela Rússia pré-revolução), quanto durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi resgatado pelos nazistas para inflamar o discurso que estimulou o holocausto.

Até as 19h desta quarta (hora do Brasil), o tuíte ainda estava no ar, apesar dos vários pedidos para que ele fosse apagado. Contava com cerca de 11 mil curtidas, 13 mil retuítes e 4 mil comentários.

Apesar dos pedidos de esclarecimento por parte de vários meios estadunidenses, o FBI ainda não emitiu comentários oficiais a respeito da publicação.