China diz que campanha dos EUA contra suas empresas de tecnologia é “ato típico de bullying”

Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China citou casos do TikTok e da Huaweii, e disse que governo de Donald Trump “atenta contra a liberdade tão alabada pelo discurso estadunidense, e busca manter sua hegemonia usando a força”

A águia dos Estados Unidos contra o dragão da China (Imagem: reprodução Twitter)
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Em uma declaração emitida nesta quinta-feira (6), o governo da China qualificou as recentes medidas do governo dos Estados Unidos contra as empresas de alta tecnologia da potência asiática como “abuso do poder estatal e ato típico de bullying”.

Segundo Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, as ações do governo estadunidense contra as empresas chinesas “atentam contra a liberdade tão alabada pelo discurso estadunidense, e buscam manter sua hegemonia usando a força”.

Recentemente, o governo dos Estados Unidos ameaçou proibir a atividade da rede social chinesa TikTok em seu país, a não ser que toda a estrutura da empresa em terras norte-americanas seja vendida a alguma empresa estadunidense – como a Microsoft, principal interessada até o momento.

No caso da Huaweii, os Estados Unidos têm ameaçado diversos países (entre eles o Brasil) com possíveis sanções caso prefiram instalar em seu território a rede 5G da empresa chinesa, considerada a mais avançada até o momento. Reino Unido e Colômbia são alguns dos países que já cederam à chantagem estadunidense.

Tanto no caso da Huaweii quanto no da TikTok, a alegação da Casa Branca é de que as empresas chinesas utilizariam a rede 5G ou a plataforma de rede social para espionar dados dos usuários.

Além de não apresentar evidências sobre tais acusações, o argumento estadunidense peca por ignorar o fato de que empresas de tecnologia estadunidenses, como a já citada Microsoft, e também outras gigantes como Google e Facebook, estão envolvidas com entrega de dados para serviços de inteligência estadunidense, para empresas privadas com interesses dos mais diversos e inclusive para campanhas eleitorais – como se viu no escândalo da Cambridge Analytica, cujos processados confessaram participação na manipulação da eleição presidencial estadunidense de 2016 e no referendo do Brexit, ocorrido no mesmo ano.