Cardeal que condenou embargo dos EUA à Cuba tem renuncia misteriosa no Vaticano

Papa Francisco e Giovanni Angelo Becciu (Foto: VaticanNews)
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Após atuar como núncio apostólico - uma espécie de embaixador - do Vaticano em Angola e Cuba, sendo elogiado por Raúl Castro por sua atuação e se manifestado, em 2015, contra o fim do embargo dos EUA à ilha, o cardeal Giovanni Angelo Becciu teve uma misteriosa renúncia aceita nesta quinta-feira (24) pelo papa Francisco.

Em breve comunicado divulgado nesta sexta-feira (25), o Vaticano afirma que "Santo Padre aceitou a renúncia ao cargo de Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e aos direitos ligados ao cardinalato, apresentada por Sua Eminência cardeal Giovanni Angelo Becciu".

Becciu havia servido por sete anos como substituto da Secretaria de Estado, em contato constante com o Papa Bento XVI e, posteriormente, o Papa Francisco.

Recém-ordenado cardeal em 2018 pelo Papa Francisco, Angelo Becciu tomou as rédeas da administração da Santa Sé encarregada de investigar e decidir sobre as beatificações e canonizações.

Aos 72 anos, Becciu continua cardeal, mas perde sua função na Congregação para as causas dos Santos.

Nascido na Sardenha, ele entrou para o serviço diplomático da Santa sé em 1 de maio de 1984. Em 2001 se mudou para Angola e em 2009 foi nomeado para a representação do Vaticano em Cuba.

Em 2011, Bento XVI nomeou-o Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado e, durante o conclave, foi responsável por dirigir o pessoal do Vaticano que garantiu a segurança e o sigilo dos seus procedimento.

Becciu foi citado em investigação iniciada há um ano sobre acordos financeiros controversos para a compra de um imóvel em um bairro de alto padrão em Londres. No começo do ano, o cardeal defendeu em entrevistas a validade da compra imobiliária.

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