Macri admite que vai copiar Cristina Kirchner e se candidatar como vice nas próximas eleições

Ex-presidente neoliberal, que deixou o governo com o país em crise econômica e com dívida bilionária, quer formar chapa com sua ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que também é a atual presidenta do seu partido

Mauricio Macri e Cristina Kirchner (foto: La Nación)
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Uma das principais críticas feitas pelo ex-presidente argentino Mauricio Macri (2015-2019), ao seu sucessor, Alberto Fernández, é que ele não é quem governa, e sim a vice-presidenta Cristina Kirchner, que foi a mandatária do país durante 8 anos (entre 2007 e 2015) e é a principal adversária política do macrismo. Mas isso não parece que o impedirá de fazer o mesmo.

O meio digital El Destape publicou uma matéria – repercutida em diferentes meios argentinos –, no qual assegura que o partido macrista PRO (Proposta Republicana) está preparando uma chapa para as eleições presidenciais de 2023, que seria encabeçada pela presidenta da legenda, Patricia Bullrich, e teria Macri como candidato a vice.

O diretor do El Destape, Roberto Navarro, assegurou ter fontes de que o próprio empresário e ex-presidente está organizando a estratégia para viabilizar essa candidatura, e que uma prova dessa jogada é o fato de que, recentemente, Macri comprou ações do jornal La Nación, o segundo de maior circulação da Argentina (atrás apenas do Clarín).

Além de presidenta do PRO, Patricia Bullrich foi ministra de Segurança do governo de Macri – outra similaridade com a estratégia de Cristina Kirchner, que foi eleita vice-presidenta em 2019 acompanhando a candidatura de Alberto Fernández, que foi ministro do Interior do seu governo e também durante o mandato de Néstor Kirchner, seu marido e antecessor.

Mauricio Macri deixou a Casa Rosada em dezembro de 2019, depois de quatro anos de governo, no qual produziu uma crise econômica de efeitos similares aos da Crise do Corralito de 2001, com disparada do dólar e da inflação, além de ter contraído uma dívida de 46 bilhões de dólares com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e outros 55 bilhões com os chamados fundos abutre.