Alessandra Buoso, a prefeita populista de direita de Anguillara Veneta, no norte da Itália, cidade dos antepassados do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), causou enorme polêmica ao propor a concessão do título de cidadão honorário ao presidente brasileiro.
Religiosos, a ala moderada dos políticos locais, sindicatos e outros grupos tentaram impedir que o projeto fosse adiante no pequeno município, que tem o título de "cidade da paz e dos direitos humanos.
A proposta de concessão do título foi aprovada nesta segunda-feira (25). Foram nove votos a favor, três contra e uma abstenção. Entre as várias manifestações de repúdio, a diocese do local já indicou que irá emitir um comunicado para se distanciar da decisão da prefeitura.
Enquanto a votação ocorria, um pequeno protesto foi organizado no local, com bandeiras do Brasil e um cartaz com a palavra: "vergonha".
Bolsonaro viaja para a Itália nesta semana, onde vai participar da cúpula do G-20. Junto com ele devem ir os ministros da Economia Paulo Guedes e das Relações Exteriores Carlos França. O presidente quer aproveitar a viagem para visitar suas origens.
A prefeita, que é do partido Liga, liderado por Matteo Salvini, chegou a pedir a liberação de 9.000 euros (R$ R$ 58 mil) para receber "uma delegação estrangeira". Para uma cidade de apenas 4.000 habitantes e que atravessa uma crise econômica, o valor gerou revolta de uma parcela da população. Um vereador local afirmou que o montante destinado é mais da metade de todo o orçamento do pequeno vilarejo para um ano de atividades culturais.
Na imprensa local, a gestão da pandemia no Brasil e o racismo de suas declarações foram citados como argumentos para deslegitimar o título.
Com informações da coluna de Jamil Chade