O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, anunciou que vai apresentar uma ação de improbidade contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Ministério Público Federal (MPF).
Guedes é dono e Campos foi proprietário de offshores em paraísos fiscais. A revelação foi feita pelo Pandora Papers, neste domingo (3), pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que tem no Brasil a participação da Agência Pública, Revista piauí, Poder360 e Metrópoles.
Molon também exige a convocação dos dois integrantes do governo de Jair Bolsonaro à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos.
“É um escândalo, é gravíssimo. Viola frontalmente o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal e, portanto, deveria levar à demissão do Ministro. Nós, da Oposição, vamos propor a convocação do Ministro e do presidente do Banco Central para prestar esclarecimentos à Câmara dos Deputados e entrar com representação no Ministério Público Federal (1ª instância) por improbidade administrativa contra ambos”, disse o deputado.
Crime
Outros parlamentares, ouvidos pelo Poder360, condenaram Guedes e Campos.
“O ministro da Economia precisa urgentemente comprovar que não fez investimentos no exterior por meio de sua offshore. A Lei de Conflito de Interesses veda esse tipo de comportamento. Se o ministro fez investimentos internacionais por meio de sua empresa enquanto já estava no cargo, cometeu um crime. Isso é gravíssimo”, afirmou o deputado federal José Guimarães (PT-CE), vice-líder da Minoria na Câmara.
“É a mais grave denúncia contra o ministro da Economia desde o início do governo. Convocaremos o ministro para prestar esclarecimentos à Câmara dos Deputados. Caso comprovado, é motivo para impeachment e até cadeia. Manipular a economia de todo um país em prol de investimentos pessoais é crime de gravidade sem precedentes”, declarou o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), vice-líder do partido na Câmara.