Suprema Corte dos EUA intima Trump a esclarecer possível fraude em seu imposto de renda

Segundo reportagem do New York Times, ex-presidente teria sonegado impostos durante 10 anos, e pagado apenas 750 dólares em seu primeiro ano de mandato, valor incompatível com sua fortuna

Donald Trump, ex-presidente dos EUA. (Foto: Joyce N. Boghosian/Divulgação Casa Branca)
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A Suprema Corte dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (22) uma intimação ao ex-presidente Donald Trump, na qual solicita que ele entregue todas as informações relativas às suas declarações de imposto de renda entre os anos de 2011 e 2018.

A decisão do máximo tribunal da Justiça estadunidense tem a ver com uma matéria publicada pelo New York Times em setembro de 2020, no qual demonstra que Trump não pagou o imposto de renda em 10 dos últimos 15 anos.

A matéria também mostra que nos anos de 2016 (quando foi eleito presidente) e 2017 (seu primeiro ano de mandato), o magnata conhecido como o “presidente mais rico da história dos Estados Unidos” pagou apenas 750 dólares de imposto de renda, valor claramente incompatível com sua fortuna.

As informações da reportagem foram uma das armas usada em debates televisivos por Joe Biden, seu adversário nas eleições presidenciais, que terminou vencendo o pleito e é o atual residente da Casa Branca, desde janeiro.

Vale lembrar que em novembro, os advogados de Trump pediram à Suprema Corte que os documentos relativos às declarações de imposto do presidente fossem entregues aos promotores que investigavam o caso, alegando questões de segurança nacional. Os magistrados negaram a solicitação, mas impuseram uma regra de sigilo, o que impede a divulgação dos dados à imprensa.

A investigação contra o ex-presidente será liderada pelo promotor Cyrus Vance e trabalha com a hipótese que se a sonegação poderia ser um dos elementos de um esquema para inflar ilegalmente o patrimônio líquido e o valor das propriedades do magnata novaiorquino.

Outra acusação, dentro do mesmo inquérito, busca saber se parte desses valores sonegados teriam sido desviados para sua campanha eleitoral de 2016 – quando Trump venceu – e usados no pagamento de subornos.