Em Berlim, ativista se veste de "morte" e vai contar diariamente vidas perdidas para a Covid no Brasil

A ideia do ativista brasileiro Rafucko, com sua performance, é denunciar a "política de morte" de Bolsonaro à comunidade internacional; cada óbito de brasileiro será representado com uma semente de girassol

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Como forma de denunciar a "política de morte" de Jair Bolsonaro em meio a pandemia do coronavírus, o artista e ativista brasileiro Rafucko iniciará, nesta quinta-feira (18), uma performance em Berlim, capital da Alemanha.

Ele sairá caminhando todos os dias, à meia-noite no horário local, pelas ruas da cidade, saindo da Embaixada Brasileira e indo até o Parlamento Alemão, vestido de "morte". A ideia é, diariamente, contabilizar quantas vidas foram perdidas para a Covid no Brasil, representando-as com sementes de girassol.

"Ao fim da primavera, pretendo plantar estas sementes, que representam as vidas perdidas, no gramado em frente à Embaixada brasileira, para que um dia possam florescer novamente, num monumento em homenagem às vítimas da gestão desastrosa do governo brasileiro durante a pandemia de Covid no último ano", afirma Rafucko.

Em manifesto, batizado de SOS Brasil, o artista afirma que "Bolsonaro é uma ameaça à humanidade". "Seu governo trabalha na contramão da ciência, se usando de fake news e distorcendo dados para colocar em risco todos os brasileiros - em especial as populações mais vulneráveis. A falta de medidas restritivas para frear o avanço da COVID, o atraso proposital na vacinação e o uso político de tratamentos comprovadamente ineficazes (cloroquina) levaram o sistema de saúde a um colapso e estão transformando o país num celeiro de mutações perigosas. Cemitérios estão saturados, e há risco de contaminação de lençóis freáticos com o alto número de vítimas fatais sendo enterradas", escreve.

"Clamo, através desta performance, a união de toda a comunidade internacional para exigir que o governo brasileiro proveja vacina para todos, declare medidas de isolamento social a nível nacional e assegure o pagamento de um auxílio emergencial decente às famílias mais afetadas", diz ainda o ativista.

A performance será transmitida ao vivo através do Instagram do artista e também no perfil de seu projeto, o SOS Brasil.

Confira, abaixo, a íntegra do manifesto.

SOS BRASIL

Bolsonaro é uma ameaça à Humanidade. Seu governo trabalha na contramão da ciência, se usando de fake news e distorcendo dados para colocar em risco todos os brasileiros - em especial as populações mais vulneráveis.
A falta de medidas restritivas para frear o avanço da COVID, o atraso proposital na vacinação e o uso político de tratamentos comprovadamente ineficazes (cloroquina) levaram o sistema de saúde a um colapso e estão transformando o país num celeiro de mutações perigosas. Cemitérios estão saturados, e há risco de contaminação de lençóis freáticos com o alto número de vítimas fatais sendo enterradas.

O terrorismo sanitário de Bolsonaro põe não só os brasileiros e brasileiras em grande risco de vida, mas toda a Humanidade.

A falta de um auxílio emergencial apropriado deixa ainda mais vulneráveis aqueles que não podem parar de trabalhar. Além do vírus, os mais pobres estão morrendo de fome.

Não se trata apenas de uma crise sanitária, mas também humanitária.

É urgente pôr um fim à política de morte de Bolsonaro e seus apoiadores, e para isso é necessário um esforço conjunto da comunidade internacional, em apoio aos brasileiros que lutam incansavelmente pelas suas vidas.

Clamo, através desta performance, a união de toda a comunidade internacional para exigir que o governo brasileiro proveja vacina para todos, declare medidas de isolamento social a nível nacional e assegure o pagamento de um auxílio emergencial decente às famílias mais afetadas.

Se faz necessário discutir possíveis sanções políticas e econômicas ao governo brasileiro para pôr um fim a este massacre.

É sob o silêncio dos bons que o mau se manifesta.

Desta forma, manifesto meu apoio e solidariedade ao povo brasileiro.