Bernie Sanders é contra o embargo à Cuba, mas pede democracia

No final de semana, foram publicados vídeos e fotos nas redes sociais sobre as manifestações que ocorreram em Cuba

Bernie Sanders em entrevista ao The Tonight Show de Jimmy Fallon (Reprodução/Twitter)Créditos: Reprodução/Youtube
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Para o ex-candidato americano à Presidência Bernie Sanders, já está mais do que na hora de acabar com o embargo unilateral dos EUA a Cuba, que, segundo ele, “só prejudicou, não ajudou, o povo cubano”.

A frase foi dita em sua conta do Twitter nesta terça-feira (13). Sanders disse ainda que “todas as pessoas têm o direito de protestar e de viver em uma sociedade democrática. Apelo ao governo cubano para que respeite os direitos da oposição e evite a violência”.

https://twitter.com/SenSanders/status/1414785066455158786

No final de semana, explodiram vídeos e fotos nas redes sociais sobre as manifestações que ocorreram em Cuba contra a situação que o país comunista enfrenta. Para além da real mobilização que ocorreu, muitas imagens replicadas nas redes vinham de outros países, em uma tentativa de aumentar a dimensão do protesto. Isso fez com que o presidente Miguel Diaz-Canel convocasse a militância a defender o regime.

Leia também: O que está acontecendo em Cuba com as novas manifestações contra o governo

A razão das manifestações em Cuba

Informe elaborado pelo Centro Latino-Americano de Geopolítica (Celag) aponta que a razão dos protestos está centrada nos cortes elétricos ocorridos no últimos dias e na escassez de alimentos e medicamentos. Segundo o instituto, as manifestações realizadas em Cuba seguem em pequenas dimensões, apesar da ampla difusão nas redes.

Influenciadores digitais turbinaram hashtags sobre os atos e, com o auxílio de informações falsas (principalmente imagens descontextualizadas), criaram um outro sentido para as mobilizações nas redes. A Celag aponta, inclusive, que os atos não tinham como ponto central o fim do regime.

Embargos contra Cuba

Há uma relação direta dos embargos econômicos que Cuba sofre com a situação que levou alguns grupos às ruas. O ministro de Minas e Energia, Liván Arronte, apontou nesta segunda-feira (12) que as falhas no sistema elétrico se devem ao bloqueio, afinal os Estados Unidos limitam o acesso a créditos, financiamento, peças sobressalentes e tecnologias. Mesmo assim, Arronte garantiu estabilização.

presidente Díaz-Canel também cobrou o fim do embargo contra Cuba- demanda que voltou a ter respaldo na Organização das Nações Unidas. “Se querem fazer um gesto, se querem realmente preocupar-se com o povo, se querem resolver os problemas de Cuba: acabem com o bloqueio. Por que não o fazem? Por que não têm coragem de levantar o bloqueio? Que fundamento legal e moral sustenta que um governo estrangeiro possa aplicar essa política a um país pequeno e em meio a situações tão adversas? Isso não é genocídio?”, disse Diaz-Canel no domingo, mirando os EUA.

O mandatário convocou a população às ruas em respostas ao que configurou como “contrarrevolucionários”. A resposta veio, mas as tensões ainda pairam no ar.