Presidente de Angola frustra Mourão e Universal e se recusa a receber deputados brasileiros

Vice-presidente foi ao país africano para tentar melhorar a situação da igreja de Edir Macedo, expulsa do país, e teve pedido rejeitado pelo mandatário angolano

Mourão em Angola (Foto: Romério Cunha/ VPR)
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) voltou de mãos abanando da viagem que fez, na última semana, a Angola, na África.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, divulgada nesta terça-feira (20), o presidente angolano, João Manuel Lourenço, recusou pedido de Mourão para receber uma delegação de parlamentares brasileiros. A ideia da comitiva seria defender os interesses da Igreja Universal no país africano.

Mourão retornou de Angola neste domingo (18). Por lá, participou da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O principal objetivo da viagem do vice-presidente, no entanto, seria "pacificar" a situação da Igreja Universal em Angola. A entidade sofre processos judiciais e foi expulsa do país africano por lideranças religiosas locais.

Mourão tentou acertar a ida de uma comitiva de parlamentares brasileiros ao país. Essa delegação seria liderada pelo deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), bispo licenciado da igreja de Edir Macedo.

O presidente João Manuel, no entanto, teria afirmado que "não é adequado" uma delegação de parlamentares ser recebida pelo Executivo local. Ele teria sugerido que esse convite deveria partir do Congresso angolano - o que até agora não foi feito.

"Pacificação"

Em entrevista à Agência Lusa, Mourão sinalizou que a questão da Igreja Universal fez parte do encontro bilateral que teve com o presidente João Lourenço, na última sexta-feira (16).

“O Governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que aqui o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças que ocorreram”, disse Mourão.

O vice-presidente afirmou ainda que a questão criou um problema “no plano espiritual”, mas também “no plano político” e que, por isso, é preciso procurar “uma pacificação, apesar de não ser um assunto” que envolva diretamente o governo brasileiro.

“Essa questão da Igreja Universal aqui é uma questão que afeta o Governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da Igreja”, disse.