União Europeia não reconhece governo do Talibã

Organização afirmou que só mantém contatos operacionais com o grupo para viabilizar que pessoas em Cabul consigam chegar até o aeroporto

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A presidenta da União Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste sábado (21) que o bloco não reconhece o regime do Talibã.

No entanto, o órgão declarou que mantém contato apenas operacional com o grupo viabilizar a retirada de cidadãos do Afeganistão.

A declaração de Leyan foi dada durante a visita de um centro criado pelo governo da Espanha, na base área militar de Torrejón, para receber pessoas que deixarem o território afegão.

"Não há negociações políticas com o Talibã e não há reconhecimento do Talibã", declarou a líder da União Europeia.

Em seguida, a presidenta do bloco afirmou que só haverá diálogo político se o grupo respeitar os direitos humanos dos cidadãos do Afeganistão.

"O 1 bilhão de euros reservado pela União Europeia para os próximos sete anos para ajudar no desenvolvimento está vinculado a condições estritas: respeito aos direitos humanos, bom tratamento de minorias e respeito pelos direitos de mulheres e meninas", afirmou Leyen.

Entenda o que é a Lei Sharia, defendida pelo Talibã

Desde que o Talibã retomou o poder no Afeganistão no último domingo (15), ao ocupar o palácio presidencial em Cabul, capital do país, algumas questões emergiram nas redes: o destino das mulheres e das pessoas LGBT, e a Lei Sharia, que na interpretação radical feita pelo grupo afegão determina, entre outras coisas, que as mulheres estudem, trabalhem e participem da vida pública e política.

Porém, as primeiras declarações de alguns líderes do grupo à imprensa estrangeira buscaram afastar o temor de um governo teocrático ultrarradical nos moldes de primeira gestão do grupo (1996-2001).

Todavia, o descrédito da população em um possível governo moderado do Talibã parece estar ganhando corpo, pois, nesta quinta-feira (19), o Talibã declarou que o Afeganistão a partir de agora passa a ser o Emirado Islâmico do Afeganistão.

O que é a Lei Sharia?

Em tradução literal, Sharia significa “o caminho claro para a água” e trata-se do sistema jurídico do Islã.

Um conjunto de normas derivados do Corão, que é o livro sagrado do Islã e os muçulmano acreditam que nele está a palavra final de Deus que foi revelada ao profeta Maomé ao longo de vinte e três anos.

Dessa maneira, a sharia enquanto sistema jurídico do islã deriva de falas e condutas do profeta Maomé e jurisprudência das fatwas, que são os pronunciamentos legais de estudiosos do islã.

Com isso, a Sharia deve servir como o livro a guiar os modos de vida para todos os muçulmanos.