Com sua viagem à Rússia, Bolsonaro (PL) busca demonstrar que possui prestígio internacional e também angariar ganhos eleitorais com a sua base, pois, depois de se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin, o presidente brasileiro tem encontro marcado com Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria que lidera a extrema direita local.
Porém, cabe destacar que o governo da Rússia sempre manteve relações amistosas com o Brasil, principalmente com os governos de Lula (2002-10) e Dilma Rousseff (2010-16) por conta das articulações em torno do BRICS.
Dessa maneira, a passagem de Bolsonaro pela Rússia não passaria despercebida pela imprensa estrangeira que, na média aponta que Vladimir Putin quer usar o presidente brasileiro para demonstrar que tem como "aliado" o maior país da América Latina.
O The Washington Post afirma que a viagem de Bolsonaro acontece apesar das objeções do governo dos EUA e que Bolsonaro espera obter "benefícios eleitorais" com a vista a Putin.
Por sua vez, o France 24 foi mais duro e afirmou que se trata "pior momento" para Bolsonaro visitar a Rússia. O portal classificou o presidente do Brasil como o "Trump tropical" e afirmou que tal viagem pode ser usada por Putin para demonstrar que tem o "apoio do maior país da América Latina nas questões que envolvem a Ucrânia".
O portal da tradicional revista Time também destacou as críticas de agentes do governo dos EUA à viagem de Bolsonaro à Rússia e também destaca o fato de que Putin "usa líderes da América Latina" como demonstração de poder e influência de seu governo.
O canal estadunidense ABC News também destacou as objeções do governo Biden e também o fato de que Bolsonaro quer tirar proveito eleitoral e fortalecer a sua base, pois, após a visita a Putin, terá encontro com Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria e que comunga dos mesmos ideias fundamentalistas do presidente brasileiro.
A versão inglesa do jornal espanhol El Pais foi categórica e afirmou que "Bolsonaro está fazendo o Brasil se ajoelhar diante de Putin".
Por fim, o site da Bloomberg destacou que o fato de a viagem ter viés econômico e a dependência do Brasil dos fertilizantes russos, pois, 85% de todos os fertilizantes são importados da Rússia. O portal econômico também destaca a fake news divulgada pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, de que o "os líderes ocidentais estão agradecendo a Bolsonaro por ter convencido Putin a desistir da invasão da Ucrânia".