GUERRA NA UCRÂNIA

Tribunal de Haia abre investigação contra Rússia; Bolsonaro, também investigado, não adere

Diplomatas europeus acreditam que a não adesão de Bolsonaro se deve ao fato dele ser alvo de pelo menos cinco queixas em Haia

Bolsonaro.Créditos: Alan Santos/PR
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O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) Karim Khan confirmou nesta quinta-feira (3) que abrirá imediatamente uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia, após um pedido de 39 dos estados membros do tribunal.

"Esses encaminhamentos permitem que meu escritório prossiga com a abertura de uma investigação sobre a situação na Ucrânia a partir de 21 de novembro de 2013, abrangendo quaisquer alegações passadas e presentes de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometidos em qualquer parte do território da Ucrânia por qualquer pessoa", disse o promotor.

Governo brasileiro não adere

O governo brasileiro não aderiu à ação que solicita a abertura de investigações formais contra o governo de Vladimir Putin no Tribunal Penal Internacional, em Haia.

De acordo com informações da coluna de Jamil Chade, o governo Bolsonaro não acredita que, neste momento, a abertura de um inquérito vá ajudar no processo de silenciar os tanques e que pode inclusive ampliar a tensão internacional.

Bolsonaro é alvo de cinco queixas

Diplomatas europeus acreditam que a não adesão de Bolsonaro se deve ao fato dele ser alvo de pelo menos cinco queixas por parte de indígenas, grupos de ativistas, sindicatos e advogados internacionais no Tribunal de Haia. Ele é acusado de crimes contra a humanidade e genocídio e, nos últimos anos, debateu o assunto inclusive com Israel, país que também é alvo de investigações em Haia.

Há dois anos, o governo Bolsonaro também tentou eleger uma candidata brasileira para o cargo de juíza no Tribunal. Mas o nome apresentado pelo Planalto teve uma das piores votações e não foi eleita.