A Amazon, multinacional dos Estados Unidos considerada uma gigante da tecnologia, varejo e e-commerce, possui uma lista de palavras proibidas aos seus funcionários. É o que aponta matéria do repórter Ken Klippenstein, do The Intercept, que teve acesso a documentos internos vazados da empresa.
Segundo o jornalista, a Amazon está produzindo um aplicativo para funcionar como um chat de funcionários. O objetivo do app seria, segundo os documentos vazados, reduzir o "atrito" entre os trabalhadores. "Nossas equipes estão sempre pensando em novas maneiras de ajudar os funcionários a interagirem uns com os outros”, disse a porta-voz da Amazon, Barbara M. Agrait.
O software, no entanto, teria sido programado para banir alguns termos, entre eles "sindicato", "salário digno", "assédio", "banheiros", "justiça" e até mesmo "vacina". Após a publicação da reportagem, a Amazon negou as denúncias.
A notícia vem em meio a um movimento, cada vez mais intenso, de sindicalização dos trabalhadores da empresa. A multinacional, com 1,3 milhão de funcionários, é a segunda maior empregadora dos Estados Unidos. Na última sexta-feira (1), trabalhadores de um armazém da Amazon em Nova York aprovaram a formação do primeiro sindicato da história da companhia, após algumas tentativas fracassadas em outros locais.
Trata-se de uma verdadeira afronta para a empresa, já que ela gastou, segundo o Intercept, US$ 4,3 milhões com a contratação de "consultores anti-sindicais" em 2021.
Os trabalhadores se movimentam em torno da sindicalização por conta de inúmeras denúncias de violações de direitos trabalhistas e acidentes de trabalho, em um país cuja a legislação dificulta a criação de sindicatos. Muitos dos idealizadores do sindicato da Amazon sofreram intimidações e foram demitidos.
Confira abaixo, em inglês, a lista completa de palavras proibidas pela Amazon