COLÔMBIA

Paz na Colômbia: ELN diz estar disposto a negociar com Petro

Última guerrilha ativa na Colômbia pretende voltar à mesa de negociações quando Gustavo Petro assumir a presidência no lugar do extremista Iván Duque, que boicotou o processo de paz

Gustavo Petro.Créditos: Foto: Parlamento Europeu
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O Exército de Liberação Nacional (ELN), última guerrilha ativa da Colômbia, se manifestou nesta segunda-feira (20) se colocando à disposição para as retomadas das conversas de paz com o presidente eleito Gustavo Petro. O ELN, que paralisou as atividades armadas durante o processo eleitoral, estava em diálogo com o governo colombiano durante os processo de paz conduzidos pelo ex-presidente Juan Manuel Santos. Esses esforços, no entanto, foram boicotados com a chegada de Iván Duque, uribista de extrema-direita, à presidência, em 2018.

“O ELN mantém ativo seu sistema político e militar de luta e resistência, mas também sua plena disposição de avançar em um Processo de Paz que dê continuidade à Mesa de Conversas iniciada em Quito em fevereiro de 2017", diz nota divulgada pelo Comando Central do ELN.

"Se o presidente eleito tomar posse no dia 7 de agosto para fazer as mudanças que nos levem a superar o clientelismo e tirar a violência da política, avançar planos de inclusão social que incluam emprego e empreendedorismo para a maioria, um plano de Reforma Agrária, um novo modelo de combate à drogas e dá continuidade ao processo de paz, a Colômbia terá um governo respaldado pelo movimento popular, mas se resolver fazer mais do mesmo, terá o povo nas ruas", afirma o grupo guerrilheiro.

Durante a campanha, Petro fez sinalizações em favor da retomada da mesa de diálogos com o objetivo de alcançar a paz na Colômbia. O presidente eleito foi guerrilheiro nos anos 1980 e participou do processo de abandono de armas do movimento M-19. O economista atuou também nos acordos de paz conduzidos por Juan Manuel Santos com as Farc em 2016.

Em mensagem publicada nas redes sociais, a Embaixada da Noruega na Colômbia também se colocou à disposição para retomar os diálogos de paz.