Os legisladores de Israel votaram e aprovaram nesta quinta-feira (30) uma moção de dissolução do Parlamento do país e a convocação de novas eleições para novembro. Foram 92 votos a favor e nenhum contra de um total de 120 parlamentares.
Com a moção aprovada, chega ao fim um governo histórico que era composto por uma coalização de partidos de direita, centro e esquerda. Dessa maneira, os israelenses irão às urnas pela quinta vez em menos de quatro anos.
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Yair Lapid, atual ministro do Exterior e um dos articuladores do governo de coalizão que chega ao fim, se tornará primeiro-ministro interino após a meia-noite desta sexta-feira (30). Com isso, Lapid será a 14ª pessoa a ocupar o carago, substituindo Naftali Bennett, que será lembrado como o chefe de governo com o mandato mais breve na história de Israel.
O governo articulado por Lapid fez história ao incluir na coalizão um partido árabe. A frente ampla com vários partidos foi o meio encontrado para colocar fim aos 12 anos de poder de Benjamin Netanyahu, que agora pode voltar ao poder, pois, o seu partido, o Likud é o favorito nas pesquisas, mas ainda insuficiente para formar uma maioria parlamentar.
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Para Benjamin Netanyahu, "a experiência da coalizão fracassou. Isto é o que acontece quando se reúne uma falsa direita com a esquerda radical, tudo isso misturado com a Irmandade Muçulmana. Teremos outro governo Lapid que será um fracasso ou um governo de direita liderado por nós? Nós somos a única alternativa! Um governo forte, nacionalista e responsável".
Lapid, que vai disputar o próximo pleito, declaro que é preciso impedir "que as sombras voltem a governar". "O que precisamos agora é voltar ao conceito de unidade israelense e não deixar que as forças da sombra nos dividam".
O primeiro-ministro interino conta com a simpatia do presidente estadunidense Jor Biden, que fará a sua primeira visita ao Oriente Médio no mês que vem e se encontrará com Lapid.
Coalizão e crise
No início, o governo do ex-primeiro-ministro Bennet conseguiu estabelecer um diálogo entre a direita e a esquerda e obteve maioria para aprovar o Orçamento Nacional, algo que não ocorria há quatro anos.
Porém, logo depois as diferenças entre a direita e a esquerda surgiram: conservadores não concordaram em dividir uma mesa ministerial com progressistas e integrantes de partidos árabes.
Além disso, episódios de agressão contra palestinos, incluindo na Esplanada das Mesquitas, provocou tensão entre os árabes que chegaram a suspender a participação na coalizão.
Em maio, o governo perdeu a maioria no Parlamento, quando uma deputada deixou a bancada após divergências sobre um projeto que ia contra o desejo de grupos religiosos.
O estopim veio no começo do mês, quando o governo sofreu uma derrota em uma votação para renovar uma lei, que está em vigor desde a ocupação da Cisjordânia, em 1967, que dá aos colonos israelenses no território os mesmos direitos dos cidadãos no Estado de Israel, a aprovação foi derrotada pela oposição liderada por Netanyahu e com apoio de dois deputados governistas.
Se o Parlamento fosse dissolvido antes desta sexta-feira (1), a regra não seria extinta, e agora segue em vigor até a formação do novo governo.
Com informações do DW e O Globo.