ELEIÇÕES 2022

Congresso dos EUA ameaça cortar recursos para militares brasileiros em caso de golpe

Após Bolsonaro fazer apelo golpista a Biden, congressistas dos EUA se organizam para impedir intervenção das Forças Armadas nas eleições

Créditos: Alan Santos/PR
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Congressistas dos Estados Unidos estão se mobilizando para tentar conter a possibilidade de golpe de extrema-direita no Brasil caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) de fato seja derrotado nas eleições de outubro de 2022 pelo ex-presidente Lula (PT).

Após o presidente Joe Biden receber um pedido de ajuda para vencer Lula nas eleições e demonstrar desinteresse em um golpe, parlamentares do Partido Democrata apresentaram uma emenda ao orçamento de defesa dos EUA que prevê o corte do financiamento para as Forças Armadas brasileiras em caso de ataque contra o pleito.

Reportagem do jornalista Brian Mier, do Brasil Wire, fez a revelação. A cláusula está presente na emenda intitulada “Neutralidade das Forças Armadas Brasileiras Durante as Eleições Presidenciais”.

Caso aprovada, a emenda 893 prevê que o ministro da Defesa estadunidense terá que fazer um relatório sobre a posição que os militares tomaram nas eleições e isso pode provocar o corte nos recurso para as Forças Armadas.

A notícias sobre a emenda surge um dia depois de o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, admitir que há risco de acontecer no país um episódio semelhante à invasão do Capitólio, nos Estados Unidos. Em maio, um texto alertando sobre os riscos de um golpe no Brasil foi disseminado nos EUA com o aval de Biden.

Em entrevista ao programa Fórum Café, da TV Fórum, em maio, o analista internacional Igor Fuser, professor de Relações Internacionais da UFABC, apontou que, sem apoio dos Estados Unidos, os militares brasileiros não irão se aventurar a tentar um golpe de Estado.

"Os Estados Unidos estão claramente apoiando a democracia e as eleições no Brasil”, disse. Para ele, o governo de Joe Biden “não tem interesse em apoiar qualquer golpe na América Latina".