CRISE DIPLOMÁTICA

China reage a visita dos EUA a Taiwan: "caminho perigoso"

Nancy Pelosi ignora comunicado e afirma que sua visita representa “a defesa da democracia” contra a autocracia chinesa

China reage a visita dos EUA a Taiwan: "caminho perigoso".Créditos: Xinhua
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O governo da China, por meio do Ministério dos Negócios da República Popular da China, emitiu nesta terça-feira (2) um duro comunicado sobre a visita de Nancy Pelosi, deputada e presidenta da Câmara dos Representantes, a Taiwan. 

Para o governo da China, trata-se de "uma grave violação do princípio de uma só china e das disposições dos Três Comunicados Conjuntos China-EUA". 

"Isso tem um impacto severo na base política das relações China-EUA e infringe seriamente a soberania e a integridade territorial da China. A China se opõe firmemente e condena severamente isso, e fez sérias diligências e fortes protestos aos Estados Unidos", diz o texto. 

Em seguida, o governo chinês ressalta que "existe apenas uma China no mundo, e isso foi claramente reconhecido pela Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1971. O princípio de uma só China é um consenso universal da comunidade internacional e uma norma básica nas relações internacionais". 

O pronunciamento da China destaca o fato de que "a questão de Taiwan é puramente um assunto interno da China, e nenhum país tem o direito de ser juiz da questão" e pede aos EUA a "não ir mais longe nesse caminho errado e perigoso". 

 

Nancy Pelosi defende visita a Taiwan 

 

Em uma clara provocação ao governo da China, a deputada Nancy Pelosi usou as redes sociais para defender a sua visita a Taiwan. 

A parlamentar afirma que "a visita de nossa delegação a Taiwan honra o compromisso inabalável dos Estados Unidos em apoiar a vibrante Democracia de Taiwan". 

Além disso, Pelosi ataca diretamente o governo da China. "Nossas discussões com a liderança de Taiwan reafirmam nosso apoio ao nosso parceiro e promovem nossos interesses compartilhados, incluindo o avanço de uma região do Indo-Pacífico livre e aberta". 

"A solidariedade dos Estados Unidos com os 23 milhões de habitantes de Taiwan é mais importante hoje do que nunca, pois o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia", diz Pelos em crítica ao governo da China.