Israel reduziu oficialmente o número de vítimas israelenses dos ataques do Hamas em 7 de outubro de 1.400 para 1.200.
De acordo com autoridades locais, exames dos corpos resgatados mostram que muitos eram de combatentes do grupo palestino.
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Nas últimas semanas, uma intensa batalha de propaganda vem sendo travada nas redes sociais sobre quem matou quem e como no dia 7 de outubro.
Vídeo de um helicóptero Apache atacando um veículo foi disseminado como sendo de Israel matando seus próprios civis, mas a cena seria de 9 de outubro, não do dia 7.
O questionamento ganhou força depois de um artigo assinado pelo jornalista Max Blumenthal, no site Grayzone, no dia 27 de outubro.
DEPOIMENTOS DE ISRAELENSES
Baseado em trechos de entrevistas publicados em vários meios, especialmente no diário israelense Haaretz, Blumenthal sustenta que na confusão do dia as Forças de Defesa de Israel [IDF] podem ter sido responsáveis por fogo amigo.
Ele recuperou uma entrevista do chefe da Divisão de Gaza, Avi Rosenfeld, que narrou ter se escondido no subterrâneo da base em que estava no 7 de outubro, na passagem de Erez, norte da faixa de Gaza:
Muitos dos soldados, a maioria deles não combatentes, foram mortos ou feridos do lado de fora. A divisão foi obrigada a solicitar um ataque aéreo contra a própria base, a fim de repelir os terroristas
Citando o site Yedioth Aharanoth, Blumenthal reproduziu uma cena de desespero dos próprios pilotos de Israel ao reagir ao ataque do Hamas:
Os pilotos perceberam que havia uma tremenda dificuldade em distinguir dentro dos postos avançados e assentamentos ocupados quem era um terrorista e quem era um soldado ou civil. A cadência de tiros contra os terroristas foi tremenda no início, e apenas em um certo momento os pilotos começaram a desacelerar os ataques e selecionar cuidadosamente os alvos
Yasmin Porat, que estava na rave que foi atacada pelo Hamas, também narrou uma cena de confusão a uma emissora de rádio de Israel:
Eles eliminaram todos, inclusive os reféns, porque havia um fogo cruzado muito, muito pesado. Depois de um fogo cruzado insano dois projéteis de tanques [de Israel] foram disparados contra a casa. É uma pequena casa de kibutz
O trabalho dos legistas de Israel ainda não acabou, por isso os números e as circunstâncias de algumas mortes permanecem indefinidos.
A oposição a Benjamin Netanyahu quer uma investigação independente dos acontecimentos, mas o primeiro-ministro já sugeriu que a investigação seja feita pelo próprio governo.
Não há dúvida de que o Hamas matou civis no ataque a Israel -- um crime de guerra, segundo a Anistia Internacional. Crianças foram levadas como reféns para Gaza.
Mas os detalhes mais escabrosos do que aconteceu no 7 de outubro merecem investigação.
O ex-parlamentar britânico George Galloway registrou na rede social X:
Os quarenta bebês decapitados foram reduzidos a um bebê morto, não decapitado, e morto por pessoas desconhecidas. Dois terços dos israelenses mortos em 7 de outubro eram militares. Os assassinos do outro terço, em parte, foram as próprias forças armadas de Israel. Aqueles com influência, que espalham propaganda em contrário, são expostos como criminosos de guerra e agora muito sangue mancha o seu caráter para sempre. É uma mancha que não vai sair.