Ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha reiterou em entrevista ao Roda Viva na noite desta segunda-feira (20) que Lula não pedirá desculpas a Israel por relacionar o genocídio em Gaza à matança de judeus por Adolph Hitler na Alemanha nazista.
Em defesa contundente de Lula que, segundo ele, verbalizou o que outras lideranças internacionais já fizeram”, e explicou à repórter do Uol, Thaís Bilenky, o que é "infeliz" na questão Palestina após a jornalista indagar se não foi uma "colocação infeliz" a do presidente brasileiro.
"Sabe o que é infeliz, Thaís? É a vida de uma mãe palestina que está vendo sua criança bombardeada ou tramatizada após o bombardeio. Infeliz são médicos e médicas, como eu, não conseguirem fazer seu trabalho porque está sendo bombardeado e está sendo desrespeitado um conjunto de regras que a própria ONU estabelece sobre conflitos como esse. Isso é profundamente infeliz. O presidente Lula reagiu a essa situação e o acerto maior, na minha opinião, se referencia inclusive pelo fato de os Estados Unidos, que é um aliado histórico de Israel - até os EUA -, está reagindo hoje a dizer que tem que ter o cessar fogo nesse conflito", afirmou.
Segundo Padilha, a comparação do genocídio sionista perpetrado pelo governo Benjamin Netanyahu à política de extermínio nazista se deu porque Lula "está absolutamente sensibilizado com o massacre que está acontecendo na Faixa de Gaza".
O ministro afirmou ainda que "foi correta a crítica global que ele faz a Netanyahu e correta a postura do Brasil de convocar de volta [...] o embaixador de Israel aqui no Brasil para cobrar explicações”.
“O presidente Lula fez uma afirmação direta em relação ao atual governo de Netanyahu e com a força de expressão de quem está absolutamente sensibilizado com o massacre que está acontecendo na Faixa de Gaza", disse.
De acordo com o ministro, Israel fez um "escarcéu" sobre a fala de Lula para minimizar o principal fato político ocorrido nesta segunda-feira (19) sobre o genocídio em Gaza.
“O grande fato político e diplomático não foi o que o escarcéu que tentou fazer o chefe do governo de Israel [sobre fala de Lula]. É o próprio Estados Unidos reconhecendo a necessidade de cessar-fogo neste momento”.
Padilha também afirmou que não foi um "deslize" de Lula, mas "um grito de protesto do presidente da República que está a meses buscando a paz".
"Quem está com a posição comprometida é Israel, especificamente Netanyahu”, emendou.
Impeachment
Padilha ainda classificou como "desqualificado" um pedido de impeachment articulado por bolsonaristas em razão da fala de Lula sobre Israel.
"É desqualificado. O primeiro ano do governo foi o melhor resultado de aprovação de projetos de lei", disse, listando vitórias do governo no Congresso feitas, segundo ele, na base do diálogo.
“Ele [pedido de Impeachment] não vai progredir, assim como outros não progrediram”, emendou.