O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou que seu partido vai para a oposição mesmo que tiver maioria de votos e deputados em Portugal.
Ele admitiu a derrota -- o PS caiu de 41,67% em 2022 para 28,67% nas eleições parlamentares deste domingo, 10 -- e disse que não vai manter o país sob suspense durante 15 dias à espera da apuração dos votos no Exterior.
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Na apuração oficial, com 98,98% dos votos contados, a Aliança Democrática tinha vantagem de cerca de 50 mil sufrágios, contando os resultados de Açores e da ilha da Madeira.
A AD tinha garantido 79 deputados, contra 77 do PS.
No entanto, há quatro cadeiras ainda em disputa no Exterior, onde mais de 1,5 milhão de portugueses estavam aptos a votar.
O líder da AD, Luís Montenegro, deve se tornar o novo primeiro ministro.
EXTREMA-DIREITA A GRANDE VITORIOSA
É possível que o bloco de esquerda no Parlamento termine estas eleições com mais deputados que a AD e seu aliado natural, a Iniciativa Liberal (91 a 87 até o final deste domingo).
Porém, o líder socialista disse que, se tentasse formar um governo, seria muito frágil diante da direita somada à extrema-direita.
É que o grande vitorioso deste domingo foi o partido de extrema-direita Chega, que atingiu 18% dos votos e terá 48 deputados.
André Ventura, do Chega, disse em seu discurso que "acabou o bipartidarismo em Portugal".
Afirmou que estava pronto para formar governo com a AD.
Porém, Montenegro reafirmou esta noite que não vai governar com o Chega, como havia prometido durante a campanha.
O socialista Pedro Nuno Santos explicou que pretende ser o líder da oposição justamente para não dar protagonismo à extrema-direita.
"Não existem 18% de racistas e xenófobos em Portugal", disse o socialista, alegando que é preciso entender o fenômeno do Chega, que venceu em algumas regiões tradicionalmente de esquerda.
Juntos, o Bloco de Esquerda e a aliança do Partido Comunista com os Verdes somaram apenas 9 parlamentares.
A extrema-direita saltou de 7% em 2022 para 18% agora.