Com uma surpreendente votação no 1º turno, realizado em 29 de dezembro, o atual presidente da Croácia e candidato à reeleição, Zoran Milanovic (independente, de centro-esquerda), conquistou 49,68% dos votos.
Favorito a vencer o 2º turno neste domingo (12), segundo pesquisas de opinião, Milanovic enfrenta o atual ministro de Ciência, Educação e Esportes, Dragan Primorac (independente, de centro-direita), que obteve 19,59% dos votos na primeira volta do pleito.
Na oportunidade, oito candidatos concorreram. Entre os principais, a candidata liberal Ivana Kekin e a candidata conservadora Maria Selak Raspudic conquistaram cerca de 9% dos votos cada. Já o candidato independente Tomislav Jonic obteve aproximadamente 5%. Votos que dificilmente mudarão o quadro indicado.
Na terça-feira (7), foi realizado o único debate em cadeia de TV e rádio entre os dois postulantes, um embate de 90 minutos marcado por insultos entre ambos. Primorac acusou o atual presidente de ser um boneco de Vladimir Putin e amigo de Viktor Orbán. Por sua vez, Milanovic atacou seu opositor como “amigo de genocida” — em uma referência a Benjamin Netanyahu e sua postura sobre a Palestina.
Apoiador do atual primeiro-ministro do país, Andrei Plenkovic, acusado em casos de corrupção, Primorac defende a linha política de segurança da OTAN e a maioria das políticas da UE. Por outro lado, o presidente e candidato à reeleição defende uma posição independente do país em relação às organizações internacionais.
Parte da OTAN desde 2009 e da UE desde 2013, Milanovic criticou a invasão russa na Ucrânia, mas se recusou a enviar tropas, armas ou dinheiro aos ucranianos, argumentando que a referida guerra não é de interesse croata. Sem partido político, Milanovic tem uma retórica afiada e conta com o apoio do segundo maior partido do país, o Partido Social-Democrata.
República com sistema parlamentarista, a Croácia elege diretamente seu presidente e seus parlamentares. Após a formação de uma maioria parlamentar, estes indicam um primeiro-ministro. Seguindo essa lógica, o presidente da república tem tarefas estritamente ligadas à defesa e à política exterior.
O governo, liderado pelo primeiro-ministro Andrei Plenkovic, foi renovado a partir da eleição parlamentar de abril de 2024, em que a coalizão de centro-direita, liderada pelo partido União Democrática Croata, venceu o pleito. No entanto, o chefe do governo enfrenta uma crise de popularidade, sendo alvo de denúncias de corrupção.
Apoiado pela coalizão governista (centro-direita), o candidato Dragan Primorac acusa o atual presidente de ter um perfil divisionista e populista. Para os países eslavos da Europa Central e Oriental, a guerra na Ucrânia se tornou um tema importante de debates no meio político.
Cerca de 3,7 milhões de croatas estão aptos a votar. No 1º turno da eleição, a participação nas urnas foi de 46%, uma margem considerada normal no histórico croata, que aparentemente favorece o candidato à reeleição. Segundo a última pesquisa realizada pelo instituto RTL entre 3 e 7 de janeiro de 2025, o presidente e candidato à reeleição, Zoran Milanovic, deve alcançar 69,2% dos votos, enquanto seu adversário, Dragan Primorac, possui 30,8% das intenções de voto.