ESPAÇO

A lua corre risco; entenda o porquê

Pela primeira vez, um local fora da Terra foi listado como vulnerável pelo World Monuments Fund

Créditos: Pixabay/Ponciano
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Um marco inédito na preservação histórica foi alcançado: a Lua foi incluída na lista de locais vulneráveis do World Monuments Fund (WMF) para 2025.

A organização internacional, que divulga a cada dois anos uma seleção de 25 sítios ameaçados, apontou que a nova Era Espacial e a existência de mais de 90 locais históricos na superfície lunar justificam a atenção especial.

Entre os sítios destacados está a Base Tranquility, o ponto de pouso da missão Apollo 11, onde os humanos pisaram pela primeira vez na Lua. Esse local preserva não apenas a famosa pegada do astronauta Neil Armstrong, mas também mais de 100 artefatos históricos relacionados à missão, conforme explicou o WMF em comunicado.

“Pela primeira vez, a Lua entra para nossa lista, ressaltando a importância de preservar os testemunhos materiais do início da exploração humana além da Terra — um momento crucial para a história da humanidade”, afirmou Bénédicte de Montlaur, presidente e CEO do World Monuments Fund. 

Entre os itens históricos deixados na superfície lunar estão a câmera que registrou as imagens televisivas do pouso, um disco memorial levado por Armstrong e Buzz Aldrin, e centenas de outros artefatos. No entanto, esses vestígios enfrentam crescentes ameaças com o avanço das atividades espaciais, muitas vezes realizadas sem protocolos claros para sua preservação.

“A presença da Lua na lista reforça a necessidade de uma abordagem cooperativa e proativa para proteger nosso patrimônio — seja aqui na Terra ou fora dela. É essencial preservar esse legado que conta a história compartilhada da humanidade”, enfatizou Montlaur à CNN.

Desde 1996, o World Monuments Fund já investiu mais de US$ 120 milhões em cerca de 350 projetos destacados por suas listas, com um impacto financeiro de mais de US$ 300 milhões com a visibilidade oferecida.

Além da Lua, a edição de 2025 da lista inclui outros locais enfrentando desafios graves. O tecido urbano histórico de Gaza, devastado pela guerra na região, foi destacado pelo impacto dos conflitos na preservação de mesquitas, igrejas e outros marcos culturais. Já em Kiev, a Casa do Professor, um antigo prédio legislativo severamente danificado, reflete os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia tanto nas comunidades quanto em seu patrimônio cultural.

A seleção deste ano destaca ainda ameaças como mudanças climáticas, turismo descontrolado e desastres naturais, reforçando a necessidade de ações globais para preservar o patrimônio histórico.

 

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