DECADÊNCIA

Nobel da Paz: Trump "merecia"; Corina Machado, não

A opositora do governo Maduro está longe de representar uma figura capaz de promover a pacificação de uma nação

Nobel da Paz: Trump merecia; Corina Machado, não.Créditos: Reprodução
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Vamos analisar friamente: os critérios historicamente definidos pelo Comitê Norueguês do Nobel da Paz são claros. Para receber o prêmio, é preciso promover a fraternidade entre as nações e a resolução pacífica de conflitos, atuar pela abolição ou redução das forças armadas e apresentar resultados concretos em prol da paz. Corina Machado não alcançou nada disso - pelo contrário.

Maria Corina Machado é a antítese de tudo o que o Nobel da Paz representa. Defende a derrubada, pela força, do governo de Nicolás Maduro; incentiva o uso das Forças Armadas contra um governo eleito; nunca liderou nenhum processo de pacificação — ao contrário, tentou inflamar a população contra o Estado - e, por fim, transformou a política em instrumento de autopromoção e desestabilização.

Agora, façamos uma segunda análise fria: é sabido que Donald Trump lidera um governo de extrema direita e tem perseguido opositores dentro dos Estados Unidos. No entanto, sua atuação pessoal foi decisiva para intermediar o fim da guerra em Gaza. Friamente calculando os critérios do Nobel da Paz, ele merecia o reconhecimento - Corina Machado, não.

Mas o que tudo isso revela? Que o Nobel da Paz perdeu o sentido original ao se ver reduzido a uma disputa entre Trump e Corina Machado - esta, inclusive, chegou a oferecer o prêmio a ele. Ambos buscam qualquer coisa, menos a paz. Afinal, as duas figuras estão vinculadas à extrema direita internacional, que opera não para fortalecer as democracias liberais, mas para corroê-las por dentro.

Por fim, quando Corina Machado oferece seu Nobel da Paz a Donald Trump, ela está usando um prêmio que deveria simbolizar a paz justamente para fomentar mais guerra. Com esse gesto, busca dar uma “chancela” simbólica para que o presidente dos Estados Unidos tenha legitimidade política para intervir militarmente na Venezuela. É a paz sendo usada como pretexto para a guerra.

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