Os planos para uma cúpula entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Budapeste, na Hungria, foram suspensos.
A Casa Branca informou que "não há planos" para o encontro entre os dois líderes "no futuro imediato". Isso ocorreu após uma rodada de diplomacia no final da semana passada que não trouxe avanços significativos para o fim da guerra na Ucrânia.
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Mudança na diplomacia internacional
O comentário sobre a suspensão da cúpula seguiu uma ligação telefônica de segunda-feira (20), entre Marco Rubio, o secretário de Estado dos EUA, e Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia.
Durante a conversa, Lavrov afirmou que a posição da Rússia nas negociações permanecia inalterada. "Quero confirmar oficialmente: a Rússia não mudou sua posição em relação aos entendimentos alcançados durante a cúpula do Alasca".
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Cenário das negociações
A decisão de suspender a cúpula em Budapeste encerra um breve ciclo diplomático iniciado com uma ligação entre Trump e Putin na última quinta-feira (16). Durante essa conversa, Putin teria proposto a troca de partes das províncias de Kherson e Zaporizhzha, que estão sob ocupação russa, em troca da totalidade da região de Donetsk. Essa área é fortemente fortificada e há muito tempo é buscada por Moscou, mas é vista pela Ucrânia como a porta de entrada para o centro do país.
Rejeição de Trump à proposta
Após uma breve demonstração de interesse, Trump rejeitou a proposta de Putin no domingo (19), afirmando que Donetsk deveria ser "mantida como está".
"Eles podem negociar algo mais tarde, mas eu disse para cortar e parar na linha de batalha. Voltem para casa. Parar de lutar, parar de matar as pessoas", declarou Trump a jornalistas a bordo do Air Force One.
Reação de Zelenskyy e dos aliados ocidentais
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmou que acredita que seu país está "na mesma página" que seus aliados ocidentais. No entanto, ele alertou que a Rússia se mostrou "menos interessada" em negociações sérias após Trump adiar a decisão sobre o fornecimento de mísseis Tomahawk à Ucrânia.
Reunião de Trump com Zelenskyy
Trump se reuniu com Zelenskyy em Washington na sexta-feira (17), um dia após sua conversa com Putin. O encontro foi tenso, e a ideia de a Ucrânia fazer concessões territoriais foi levantada pela Casa Branca, mas foi prontamente rejeitada pela Ucrânia. Além disso, os esforços de Kiev para convencer os EUA a vender mísseis Tomahawk também estagnaram.
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Proposta de cessar-fogo e apoio europeu
Nesta terça-feira (21), Zelenskyy e os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e outros países europeus apoiaram a proposta de Trump de um cessar-fogo ao longo das linhas de frente atuais.
Em uma declaração conjunta, os líderes enfatizaram que "a linha atual de contato deve ser o ponto de partida das negociações". Os signatários incluíram Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, Emmanuel Macron, presidente da França, Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, Georgia Meloni, primeira-ministra da Itália, e Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia.
Além dos líderes já mencionados, a declaração também foi apoiada pelos líderes políticos da Finlândia, Noruega e Dinamarca, bem como pela presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Antonia Costa, presidente do Conselho Europeu.
Ucrânia aceita cessar-fogo nas linhas de frente
Embora a Ucrânia tenha afirmado que não está disposta a reconhecer a anexação russa de qualquer território sob controle das forças invasoras, também indicou que aceitaria um cessar-fogo nas linhas de frente existentes. Isso significaria aceitar a ocupação de cerca de um quinto do território ucraniano por Moscovo, já que a Ucrânia não conseguiu expulsar os invasores militarmente.
Proposta de cessar-fogo de 12 pontos
Também nesta terça-feira, surgiram rumores de que a Ucrânia e seus aliados europeus estavam trabalhando em uma proposta de cessar-fogo de 12 pontos, refletindo a proposta de 20 pontos dos EUA para encerrar a guerra em Gaza. Um conselho de paz presidido por Trump supervisionaria a implementação, conforme reportado pelo Guardian.
Apoio internacional ao processo de paz
A Ucrânia também solicitou o retorno de crianças levadas para a Rússia e a liberação de prisioneiros de guerra como parte da primeira fase de qualquer cessar-fogo. Trinta países ocidentais, liderados pelo Reino Unido e pela França, concordaram em fornecer uma força multinacional de estabilização para evitar futuros conflitos, patrulhando o espaço aéreo e as rotas marítimas da Ucrânia, além de treinar as forças terrestres do país.
Pressão econômica sobre a Rússia
Os líderes europeus também afirmaram que devem "aumentar a pressão sobre a economia russa e sua indústria de defesa" até que a Rússia esteja pronta para fazer a paz. Eles indicaram que as discussões da União Europeia (UE) e do G7 sobre a efetiva transferência de €140 bilhões (cerca de US$148,4 bilhões) em ativos do banco central russo para a Ucrânia estão em andamento.
Uso de ativos congelados para apoiar a defesa ucraniana
"Estamos desenvolvendo medidas para usar o valor total dos ativos soberanos russos imobilizados, para que a Ucrânia tenha os recursos necessários. A Ucrânia receberia os €140 bilhões de ativos congelados do banco central russo para financiar sua defesa nacional a partir de 2026", afirmaram os líderes.
O dinheiro seria estruturado como um empréstimo contra futuras reparações de guerra pela Rússia pelos danos causados à Ucrânia. Os membros do G7 ajudariam a garantir as dívidas para a Bélgica caso surgissem complicações no futuro.