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MST e movimentos sociais se encontram pela primeira vez com Papa Leão XIV

Novo pontífice mantém tradição iniciada por Francisco: "papado demonstra a continuidade do diálogo com os movimentos populares no mundo"

Papa Leão XIVCréditos: Reprodução
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O Papa Leão XIV realizará seu primeiro encontro com movimentos populares de todo o mundo, incluindo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento se inicia nesta quarta-feira (21) e segue até o fim da semana, em Roma, durante o V Encontro Mundial de Movimentos Populares (EMMP)

Estes encontros partem de uma iniciativa criada em 2014 pelo Papa Francisco e que agora ganha continuidade sob o pontificado de Leão.

Além do MST, o Brasil estará representado por outras organizações populares, como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), o MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis) e o CENARAB (Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira).

A programação inclui debates sobre terra, teto e trabalho, além de discussões sobre temas urgentes da atualidade, como guerras, crise ambiental, migrações e desigualdades.

O ponto alto será a audiência com o Papa Leão XIV, marcada para o dia 23, no Vaticano, e o Jubileu dos Movimentos Populares, nos dias 25 e 26, com missa na Praça de São Pedro.

Ayala Ferreira, da direção nacional do setor de Direitos Humanos do MST, afirmou que a expectativa é de “um encontro fraterno, mas ao mesmo tempo muito afirmado em compromissos concretos”.

Ela explica que o evento dá continuidade ao legado do Papa Francisco, que "muito sensível com esse compromisso da Igreja para com os pobres, provocou esse encontro para fazer um momento de escuta do que os movimentos, que lutam com pautas muito concretas: terra, moradia, trabalho".

Segundo Ayala, os encontros anteriores permitiram que o Vaticano formulasse diretrizes inspiradas na realidade dos trabalhadores.

“Nós tivemos essa síntese dos três T’s — terra, teto e trabalho — e reflexões sobre a necessidade de a humanidade repensar sua lógica de consumo e de desenvolvimento capitalista”, afirmou.

"O Papa Leão XIV, desde o início de seu pontificado, tem mencionado que vai continuar com esse compromisso da Igreja para com os mais pobres, para com os setores organizados que articulam os setores populares", afirma Ayala

Para Ayala, o encontro em Roma ocorre em um momento crucial: “Vivemos o aprofundamento das guerras, das intolerâncias, do avanço da extrema-direita e da crise ambiental. Esse encontro reafirma a necessidade de uma Igreja a serviço dos mais pobres, uma Igreja a serviço da vida", completa.

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