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VÍDEO: Em escalada autoritária, EUA explodem barco no Pacífico pela 1ª vez

Governo de Trump, que vem lançando mísseis aleatoriamente contra pequenas embarcações no Caribe, sob o pretexto de “combater ao tráfico”, ataca agora em outra região

Barco momentos antes de ser atingido por um míssil no Oceano Pacífico.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Pela primeira vez desde o início de sua ofensiva “contra o narcotráfico”, o governo dos EUA estendeu seus bombardeios a alvos no Oceano Pacífico, destruindo uma embarcação que navegava próximo à costa sul-americana. O incidente ocorreu na noite de terça-feira (21) e foi oficialmente confirmado pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, nesta quarta-feira (22).

De acordo com Hegseth, o ataque resultou na morte de duas pessoas a bordo. “Havia dois narcoterroristas a bordo no momento do ataque, que foi realizado em águas internacionais. Ambos os terroristas foram mortos e nenhuma força norte-americana foi ferida nesse ataque”, declarou o secretário em postagem em rede social. A localização precisa da operação não foi revelada pelas autoridades norte-americanas.

Essa ação marca uma expansão preocupante da estratégia adotada pelo presidente Donald Trump, que até o momento se limitava a ataques no Caribe. Em pouco mais de um mês, a operação já registrou pelo menos sete bombardeios naquela região, elevando as tensões diplomáticas com países vizinhos como Venezuela e Colômbia. No total, os incidentes no Caribe deixaram ao menos 32 mortos, sem que o governo fornecesse detalhes sobre as quantidades de drogas apreendidas ou as provas concretas de envolvimento das embarcações no tráfico.

Especialistas em direito internacional apontam que tais intervenções em alto-mar, sem coordenação prévia com nações soberanas, configuram ações absolutamente ilegais e arbitrárias. Nenhum país, por mais poderosa que seja sua marinha, possui autoridade para lançar mísseis letais em águas internacionais sem o aval de instâncias multilaterais, o que compromete o equilíbrio das relações globais e ignora tratados marítimos estabelecidos há décadas.

A presença militar norte-americana na área foi intensificada recentemente, com o envio de destróieres equipados com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6,5 mil tropas ao Caribe. Questionamentos crescem sobre a escolha das Forças Armadas para essas missões, em vez da Guarda Costeira, agência tradicionalmente responsável pela fiscalização marítima. Analistas também cobram por que opções não letais, como interceptações rotineiras, não foram priorizadas antes de recorrer à força extrema.

Um exemplo recente ilustra as inconsistências: na semana passada, dois suspeitos de tráfico sobreviveram a um bombardeio no Caribe, foram resgatados por um navio de guerra dos EUA e repatriados para Colômbia e Equador. Em contraste, a Guarda Costeira, por meio da Operação Víbora lançada em agosto, no Pacífico, conseguiu apreender mais de 45 toneladas de cocaína até 15 de outubro – tudo sem disparar um único tiro.

Diante dessa escalada, observadores internacionais alertam para os riscos de uma doutrina que prioriza a destruição imediata sobre a cooperação regional, transformando o combate ao crime organizado em pretexto para projeções de poder unilateral.

Veja o vídeo do ataque ao barco:

 

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