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Chefe do Pentágono anuncia novo ataque militar dos EUA na América Latina

Ataque anunciado por Pete Hegseth amplia a ofensiva de Trump no Caribe e gera novas críticas por violações do direito internacional

Pentágono.Créditos: Wikipedia
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Os Estados Unidos voltaram a realizar uma ofensiva militar no Caribe, matando seis pessoas em um navio acusado de transportar drogas. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (24) pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, que classificou a ação como “bem-sucedida” e afirmou que as tropas norte-americanas não sofreram baixas.

De acordo com Hegseth, a embarcação navegava por uma rota conhecida de tráfico internacional quando foi atingida em uma operação noturna, conduzida em águas internacionais. O chefe do Pentágono afirmou ainda que o barco estava “carregado com narcóticos ilegais”, mas não apresentou provas. Um vídeo mostrando a explosão da embarcação foi divulgado nas redes oficiais do governo norte-americano.

Operações secretas e críticas globais

O ataque é mais um capítulo da nova política militar dos Estados Unidos sob o governo Donald Trump, que desde setembro vem autorizando ofensivas semelhantes no Caribe e no Pacífico Sul. Nenhum dos alvos teve detalhes públicos divulgados, e as ações têm sido justificadas com base em relatórios de inteligência produzidos pela CIA, cuja metodologia e critérios permanecem sigilosos.

Autoridades da Casa Branca argumentam que as operações estão amparadas pelo artigo 2º da Constituição, que autoriza o uso limitado da força em situações de legítima defesa. No entanto, especialistas em direito internacional afirmam que classificar gangues e cartéis como “organizações terroristas” não concede ao governo poder legal para realizar ataques letais fora de seu território.

Entre os alvos apontados por Washington está o grupo venezuelano Tren de Aragua, considerado pelo governo norte-americano um “narcoterrorista”. O Pentágono afirma que o barco destruído no último ataque seria controlado pela organização. A informação, porém, não foi verificada de forma independente.

A ofensiva vem provocando forte reação internacional. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chamou as ações de “execuções sumárias” e acusou os Estados Unidos de violarem normas básicas do direito internacional. “A estratégia do governo norte-americano é insustentável”, declarou Petro.

Enquanto a Casa Branca intensifica sua narrativa de combate ao narcotráfico, cresce a pressão diplomática contra a escalada militar norte-americana na região — especialmente por parte de países latino-americanos afetados pelas operações.

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