Em um movimento que surpreendeu analistas e dominou a cobertura internacional neste domingo (26), Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram em Kuala Lumpur, durante a cúpula asiática, em um encontro que os principais jornais do mundo apontam como o início de uma nova etapa nas relações entre Brasil e Estados Unidos.
O Washington Post destacou que Trump, ao lado de Lula, afirmou que os EUA seriam capazes de “fazer alguns bons negócios” com o Brasil — uma mudança de tom significativa em relação a julho, quando o republicano elevou tarifas sobre produtos brasileiros em meio ao processo judicial contra Jair Bolsonaro.
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O The Guardian descreveu o diálogo como parte de uma “maratona de negociações comerciais” na turnê asiática de Trump, ressaltando a frase: “devemos ser capazes de fazer alguns acordos muito bons para os dois países”. O jornal britânico interpretou o gesto como um sinal de reconciliação pragmática entre as duas economias.
Enquanto Trump estava se aproximando de Lula, ele evitou o primeiro-ministro canadense Mark Carney, segundo a Associated Press
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A AP News reforçou que o presidente americano indicou possível redução das tarifas impostas ao Brasil — medida que afeta diretamente setores estratégicos como carne, café e aço — e avaliou a fala como tentativa de reduzir as tensões acumuladas desde 2024.
Já o Business Standard, da Índia, abordou o encontro sob a ótica econômica e de investimentos, relatando que Trump mobilizou seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, para iniciar negociações rápidas, enquanto Lula declarou esperar “boas notícias em breve”.
Na imprensa brasileira, o encontro também teve forte repercussão, dominando a capa de todos os jornais e revistas. Uma delas que está irritando boa parte da extrema direita é uma afinidade inesperada entre os dois presidentes: Trump teria se mostrado impressionado com o tempo em que Lula permaneceu preso e demonstrado empatia pessoal, comparando suas próprias batalhas judiciais à trajetória do brasileiro.
Fontes do Itamaraty classificaram a reunião como “excelente” e “produtiva”. O chanceler Mauro Vieira confirmou que ambos instruíram suas equipes a iniciar negociações imediatamente, e que Lula reiterou o pedido para suspender as tarifas enquanto o diálogo avança.
Nos cadernos de economia e negócios, o encontro foi descrito como uma virada de página, a transição da retórica política para uma retomada de agenda comercial efetiva entre as duas nações. A leitura comum entre as redações internacionais é clara: a reaproximação entre Brasil e Estados Unidos saiu do discurso e entrou no campo dos acordos concretos.