Sete dias após o assalto que parou Paris, a polícia francesa deteve, na noite de sábado (25) por volta das 22h (horário local), dois suspeitos de participação no roubo ao Louvre. Um foi interceptado no aeroporto Charles-de-Gaulle ao tentar embarcar para a Argélia; o outro, capturado horas depois na Grande Paris, planejava fugir para o Mali, segundo a investigação.
Ambos foram colocados sob custódia por roubo em quadrilha organizada e associação criminosa. A imprensa local aponta que os detidos, na casa dos 30 anos e oriundos de Seine-Saint-Denis, são conhecidos da polícia por furtos e teriam atuado a mando de terceiros.
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O inquérito é conduzido pela Brigade de Répression du Banditisme (BRB) e pelo Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC), com cerca de 100 investigadores mobilizados. Os presos foram levados à sede da polícia judiciária do 17º distrito e podem permanecer até 96 horas em regime de detenção provisória.
Como foi a ação
O roubo ao Louvre ocorreu no último domingo (19), às 9h30 (horário local), já com o museu aberto. Um grupo de quatro homens posicionou um caminhão-elevador junto a uma fachada; dois membros subiram por uma escada mecânica até a Galeria de Apolo, serraram vitrines e retiraram oito joias da Coroa da França — uma peça ficou para trás. A fuga, em duas scooters, durou entre sete e oito minutos.
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Uma vigilante do museu do Louvre, que estava no local durante o roubo das joias da coroa francesa no domingo, explicou que ouviu um "barulho enorme" e "totalmente incomum". Em entrevista para um rádio local, o funcionário explicou que "ninguém pode estar preparado para algo assim". No momento da invasão, ela estava com outros funcionários na galeria Apolo, onde ocorreu o furto.
Investigação
Os peritos coletaram mais de 150 vestígios (DNA, saliva e digitais). Na rota de escape, os criminosos abandonaram luvas, um capacete, duas serras elétricas, um maçarico, um colete amarelo e um rádio. O caminhão-elevador, que não chegou a ser incendiado, também foi periciado. Com base em câmeras públicas e privadas, a promotoria diz ter reconstituído parte dos deslocamentos do bando em Paris e arredores.
Até o momento, o acervo não foi recuperado. Especialistas temem desmonte das peças: diamantes e gemas vendidos separadamente e ouro derretido, o que dificulta a rastreabilidade no mercado clandestino. O prejuízo estimado é de € 88 milhões (mais de R$ 550 milhões).