SOBERANIA DIPLOMÁTICA

Trump perguntou a Lula sobre prisão na Lava Jato e demonstrou empatia

Presidente dos EUA teria perguntado quantos anos Lula ficou preso e demonstrou empatia. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o encontro transcorreu em clima leve, por vezes até bem-humorado.

Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, neste domingo (26), em Kuala Lumpur, descarrilou do roteiro protocolar e entrou no terreno biográfico. Segundo apuração do Estadão, o republicano perguntou sobre os processos da Lava Jato, classificou Lula como “perseguido” e quis saber por quanto tempo ele ficou preso: 580 dias. A conversa durou 45 minutos na sala 410 do centro de convenções da cidade.

Integrantes do governo brasileiro presentes relataram um diálogo menos tenso do que se imaginava, com momentos de informalidade e sinais de empatia.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, o encontro transcorreu em clima leve, por vezes até bem-humorado. Trump mostrou curiosidade sobre a trajetória de Lula e deu sinais de ter se informado previamente sobre a carreira do petista.

Respeito pelo presidente

Antes da reunião, falando a jornalistas e cinegrafistas que faziam imagens do encontro inédito, Trump ressaltou o respeito ao presidente Lula - diferentemente do comportamento que tem tido em reuniões com outros chefes de Estado para negociar o tarifaço - e exaltou o Brasil.

Ao ser indagado sobre as tarifas, o presidente dos EUA diz que acredita que é "justa" e sinalizou um acordo em breve.

"Eu acho que tudo é justo. Nós temos economias e eu tenho muito respeito pelo seu presidente, como vocês sabem. Tenho muito respeito pelo Brasil. Nós provavelmente vamos trabalhar em alguns acordos. Eles irão - esses caras aqui vão trabalhar nisso. Nós vamos trabalhar em acordos", disse, apontando os assessores.

"Primeiro eu queria dizer que é uma grande honra estar com o presidente do Brasil, é um grande país, um país lindo, grande e acho que eles estão indo muito bem, estão indo muito bem até onde eu sei. E eu acho que nós podemos fazer bons acordos para ambos os países", emendou Trump, ressaltando que "nós faremos acordos".

Lula, por sua vez, foi mais comedido e falou que a imprensa teria boas notícias após a reunião: "antes são só suposições".

"O Brasil tem todo interesse de ter uma relação extraordinária com o Estados Unidos, como o manter o relacionamento humano, não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos. O que nós temos certeza é que na hora que dois presidentes sentam numa mesa e cada um coloca o seu ponto de vista, os seus problemas, a tendência natural é você encaminhar para um acordo. E eu estou convencido, eu disse antes de chegar aqui, que eu estava otimista com a possibilidade de nós avançarmos, sabe, na manutenção da relação mais civilizada possível entre Brasil e Estados Unidos".

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