INTERVENÇÃO

Trump quer invadir Venezuela com tropas terrestres, diz senador republicano

Aliado de Trump, o senador republicano Lindsey Graham afirmou que o presidente discute ofensiva terrestre na América do Sul

Créditos: Kamil Krzaczynski e Federico PARRA / AFP
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O senador norte-americano Lindsey Graham, do Partido Republicano e aliado próximo do presidente Donald Trump, afirmou ao programa Face the Nation, da rede CBS News, que o mandatário deve informar em breve ao Congresso dos Estados Unidos sobre possíveis operações terrestres na Venezuela e na Colômbia.

“Haverá um briefing no Congresso sobre a possível expansão do mar para a terra. Apoio essa ideia. Ele tem toda a autoridade do mundo. Isso não é assassinato. Isso é proteger os Estados Unidos de serem envenenados por narcoterroristas da Venezuela e da Colômbia”, afirmou Graham.

Graham disse que a hipótese de ataques diretos foi mencionada pelo próprio Trump em conversas recentes. Segundo o senador, o presidente detalharia o plano ao retornar da viagem oficial à Ásia, onde teve encontros com líderes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com o parlamentar, o objetivo seria “enfrentar a espinha dorsal do tráfico internacional”, em especial as rotas que partem da América do Sul e abastecem o mercado norte-americano.

A declaração reacende o debate sobre uma possível militarização da política antidrogas dos EUA, tema sensível na região. A Venezuela, alvo de sanções econômicas e de pressões diplomáticas, tem sido citada com frequência por autoridades americanas como foco de operações de inteligência. Já a Colômbia, tradicional aliada de Washington no combate ao narcotráfico, poderia ter papel estratégico nas eventuais ações.

Atuação histórica como mediador

No domingo (26), o presidente Lula se ofereceu como interlocutor entre Estados Unidos e Venezuela. Desde seus primeiros mandatos, o presidente brasileiro consolidou uma imagem de articulador diplomático na América do Sul, atuando em diversas ocasiões para evitar crises políticas e militares na região.

Em 2008, foi mediador das tensões entre Colômbia, Equador e Venezuela, após o bombardeio colombiano em território equatoriano. Também teve papel central na criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), idealizada para fortalecer o diálogo político regional e reduzir a influência de potências externas.

Lula participou de negociações indiretas com o governo venezuelano e com a oposição em momentos de instabilidade, sempre defendendo a via diplomática e o princípio da autonomia e não intervenção nos assuntos internos dos países vizinhos.

Crise entre EUA e Venezuela acende alerta na América do Sul

A atual tensão entre EUA e Venezuela ganhou força após o governo de Donald Trump anunciar novas sanções econômicas e ameaças de intervenção militar sob o argumento de combater o narcotráfico e o terrorismo na região.

As medidas, vistas por especialistas como parte de uma estratégia de ingerência norte-americana, reacenderam temores de instabilidade política na América do Sul, especialmente diante da importância do petróleo venezuelano no cenário energético global.

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