A comunidade internacional amanheceu estarrecida pelas notícias dos 64 mortos na Operação Contenção, ordenada pelo governador carioca Cláudio Castro (PL-RJ) no Rio de Janeiro. Jornais internacionais repercutiram o caso, e o braço de Direitos Humanos da Organização Nações Unidas (ONU Direitos Humanos) cobra investigações aprofundadas.
A ONU Direitos Humanos destacou estar “horrorizada” com os 64 mortos no Rio de Janeiro, e reiterou às autoridades locais suas “obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos”, além de cobrar por investigações rápidas do caso.
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Mais de 16 jornais internacionais repercutiram a operação no Rio de Janeiro. Entre eles, os jornais franceses Le Monde e Le Figaro mencionam cenas de guerra, e questionam a eficácia das operações policiais no Rio de Janeiro, com o Le Monde chamando de operação mais letal da história. O último destacou que essas operações são comuns na cidade.
O alemão DW também destacou a atuação de Castro, e destacou que a operação ocorre dias antes da COP30, que será realizada em Belém, no Pará. A Euronews considera a operação mais violenta da história do estado. O britânico The Guardian ressaltou a fala de Castro, que diz que o estado está “em guerra”.
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O jornal estadunidense NY Times destacou que, no Brasil, a declaração do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foi vista como uma tentativa de “marcar pontos políticos” junto à extrema-direita, bem como comentários do senador Flávio Bolsonaro, que disse estar com “inveja” das operações militares dos Estados Unidos (EUA) no Caribe.
A situação gerou uma nota consular da Embaixada dos Estados Unidos, que recomendou estar atento às notícias e aplicativos para contornar bairros afetados no Rio.
Entenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para a manhã desta quarta-feira (29) uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada com ministros para tratar da crise de segurança pública no Rio de Janeiro, após a operação policial que deixou 64 mortos nas comunidades da Penha e do Alemão. A ação, batizada de Operação Contenção, foi ordenada pelo governador Cláudio Castro (PL) sem aviso prévio ao governo federal, o que gerou forte reação em Brasília.
Durante o voo de retorno ao Brasil, vindo do Sudeste Asiático, Lula foi informado apenas de forma fragmentada sobre o que acontecia no Rio. O avião presidencial pousou em Brasília por volta das 20h30 desta terça-feira (28), e logo após o desembarque o presidente pediu relatórios detalhados aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
Ainda na última terça-feira, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, havia convocado uma reunião de emergência. Estavam presentes Alckmin, os ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Jorge Messias, Macaé Evaristo, Sidônio Palmeira e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos. As forças policiais e militares reiteraram que não houve qualquer consulta ou pedido de apoio, por parte do governo estadual do Rio de Janeiro, para realização da operação.