O presidente Vladimir Putin anunciou o teste bem-sucedido do Poseidon, torpedo nuclear movido a energia atômica que pode provocar ondas radioativas de destruição em massa. O anúncio, feito nesta quarta-feira (29), foi recebido por analistas como mais uma demonstração de força da Rússia em meio à guerra na Ucrânia e às pressões ocidentais.
Descrito por Moscou como uma arma “sem equivalente no mundo”, o Poseidon combina tecnologia de drone subaquático e torpedo autônomo, com alcance estimado de 10 mil quilômetros e capacidade para transportar ogivas de até dois megatons — o equivalente a centenas de bombas de Hiroshima. O sistema é movido por um reator nuclear resfriado a metal líquido, o que lhe permite permanecer submerso por longos períodos.
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Segundo especialistas em segurança internacional, o teste representa um avanço perigoso no equilíbrio de dissuasão nuclear, já que o torpedo poderia inundar cidades costeiras com ondas contaminadas por radiação.
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O teste do Poseidon ocorreu após uma série de exercícios nucleares e o lançamento do míssil Burevestnik, realizados entre 21 e 22 de outubro. Desde 2018, Putin afirma que o novo arsenal russo é uma resposta à expansão da OTAN para o leste e à retirada dos EUA do Tratado Antimísseis, em 2001.
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Durante o pronunciamento, o líder russo afirmou que o Poseidon supera em poder destrutivo o míssil intercontinental Sarmat, conhecido como “Satan II”. “Conseguimos ativar seu reator a partir de um submarino. Nenhum outro país possui algo semelhante”, declarou.
A reação veio de Donald Trump, que criticou os testes e disse que Putin deveria se concentrar em encerrar a guerra na Ucrânia em vez de exibir “mísseis movidos a energia nuclear”.
Para analistas, o gesto de Moscou reforça o uso simbólico da tecnologia militar como instrumento de pressão política e intimidação internacional — uma estratégia que recoloca a Rússia no centro do debate sobre os limites éticos e ambientais da dissuasão nuclear.