O governo de Bangladesh deu mais um passo em direção à modernização de suas Forças Armadas. O país iniciou negociações para adquirir 20 caças multifuncionais J-10CE da China, em um acordo estimado em US$ 2,2 bilhões, com entregas previstas até 2027.
O negócio faz parte do plano Forces Goal 2030, uma ampla estratégia nacional que busca atualizar a frota militar e reforçar a autonomia tecnológica do país. Além das aeronaves, o pacote inclui treinamento de pilotos, suporte logístico, manutenção e peças de reposição, com pagamento escalonado até 2036.
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O J-10CE, fabricado pela estatal chinesa Chengdu Aircraft Industry Group, é considerado um caça de geração 4.5, equipado com radar AESA, sistemas digitais integrados e capacidade de lançar mísseis de longo alcance. Se o contrato for confirmado, será um dos maiores acordos de defesa da história de Bangladesh, consolidando a aliança militar entre Daca e Pequim, fortalecida após a queda do governo Sheikh Hasina, apoiado pela Índia.
A compra dos J-10CE reforça a influência da China no sul da Ásia, região marcada por disputas de influência com a Índia e crescente interesse dos Estados Unidos. O acordo deve fortalecer a presença chinesa em um dos poucos países muçulmanos com laços estáveis com Pequim, e consolidar Bangladesh como um parceiro-chave da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI).
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A economia de Bangladesh
O investimento vem no momento em que Bangladesh se destaca como uma das economias que mais crescem no mundo. Segundo o Banco Mundial, o país tem mantido taxas médias de crescimento do PIB entre 4% e 7% ao ano nas últimas duas décadas — um desempenho superior ao de várias economias emergentes. Em 2025, ano em que o país está congelado economicamente por conta do recente golpe que derrubou o governo Hasina, a economia cresceu 4,5%.
Será uma das 21 economias do mundo até 2039, de acordo com o Centre for Economics and Business Research, superando países como Argentina, Egito, Israel, Suécia, Bélgica e Irlanda.
Com mais de 170 milhões de habitantes, Bangladesh tornou-se um polo global da indústria têxtil, responsável por cerca de 84% das exportações nacionais, e vem diversificando sua economia em setores como energia, tecnologia e construção naval.
Em 2023, o PIB do país ultrapassou US$ 460 bilhões, colocando-o entre os 40 maiores do planeta.
O governo também tem investido em infraestrutura e defesa como parte de uma estratégia para proteger seus interesses regionais no golfo de Bengala, área estratégica de transporte marítimo e comércio internacional.