A Nobel da Paz e líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, deu uma polêmica entrevista ao Bloomberg Podcasts. A figura de extrema direita, aliada de Benjamin Netanyahu e Eduardo Bolsonaro, pediu de maneira enfática que os EUA sigam pressionando militarmente o país e sugeriu que o governo venezuelano alterou o resultado das eleições americanas.
"Não tenho dúvidas de que Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez e muitos outros são os mentores de um sistema que manipulou as eleições em muitos países, incluindo os EUA. Não tenho dúvidas disso. E eles estão totalmente envolvidos em irregularidades em muitos países", afirmou, sem apresentar evidências.
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A candidata derrotada nas eleições do ano passado, que não reconheceu os resultados eleitorais oficiais validados pelo Tribunal Superior de Justiça do país, também endossou que os EUA sigam pressionando militarmente a Venezuela para tentar derrubar o governo de Nicolás Maduro.
"A escalada é a única maneira de fazer Maduro entender que é hora de sair", afirmou Maria Corina Machado. A extremista e seu grupo político têm, de maneira cada vez mais drástica, incentivado a intervenção estadunidense em solo venezuelano. Uma das principais promessas de Corina é privatizar e liberalizar o mercado venezuelano, destacando a importância das terras raras e do petróleo venezuelano, especialmente com o intuito de maior participação e influência dos EUA na economia do país.
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"Na Venezuela, temos as maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo, a oitava maior reserva de gás natural, um enorme potencial em geração de energia elétrica, ouro, minerais críticos e muito mais. Esse potencial só poderá ser plenamente explorado por uma sociedade e um governo que tragam ordem a esse caos, que abram os mercados, que imponham o Estado de Direito e que sejam favoráveis ao investimento internacional", completou Machado.
A opositora do governo Maduro segue em Caracas, enquanto o candidato presidencial Edmundo González Urrutia vive na Espanha. O opositor Henrique Capriles, que já foi a grande voz da direita venezuelana, já se posicionou contra a intervenção dos EUA no país e inclusive rejeitou o boicote às eleições municipais e provinciais deste ano.