O candidato socialista Zohran Mamdani elegeu-se prefeito de Nova York com pouco mais de 50% dos votos, derrotando uma dinastia política local que apelou de última hora ao discurso de extrema-direita.
Andrew Cuomo, filho de Mario Cuomo, que governou o estado de Nova York de 1983 a 1994, chegou a sugerir que Mamdani, que é muçulmano, aplaudiria os ataques terroristas do 11 de setembro, com o objetivo de atrair eleitores do terceiro candidato na disputa, o republicano Curtis Sliwa.
Te podría interesar
Conseguiu, mas foi insuficiente por causa do comparecimento recorde: mais de 2 milhões de votos, praticamente o dobro da eleição anterior.
Mapas com os resultados eleitorais mostram que Mamdani venceu Cuomo por 30 pontos nos distritos onde vivem os eleitores mais jovens; por 29 pontos nos distritos onde as pessoas utilizam transporte público; por 26 e 20 pontos, respectivamente, nos distritos com maioria de negros e hispânicos.
Elite derrotada
Foi uma vitória com margem inesperada de 9 pontos, com os bilionários despejando dinheiro na campanha de Cuomo para evitar a derrota do establishment democrata.
Cuomo, ele próprio ex-governador do estado de Nova York por dez anos, venceu nos distritos com mais eleitores brancos de alta renda.
Além dos jovens (considerados aqui os de menos de 45 anos de idade), os pobres e a classe média votaram em massa em Mamdani.
Nas últimas décadas, a gentrificação em Manhattan empurrou milhares de pessoas para bairros adjacentes à ilha, nos bairros de Queens e Brooklyn.
O discurso de Mamdani, um ótimo orador, focou neles: congelar aluguéis, fazer os ônibus do sistema público andarem mais rápido e de graça, oferecer creche gratuita para crianças de até 5 anos e baixar o preço dos alimentos com uma rede de mercados subsidiados.
Hoje, Nova York já tem um milhão de apartamentos com aluguéis "estabilizados" por lei. Mamdani prometeu congelar os aluguéis e construir 200 mil novas unidades.
Mesmo antes de ser eleito, o prefeito disse que está disposto a conversar com Donald Trump, desde que a reunião trate do "custo de vida".